Brasil produziu 6,9 milhões de toneladas de algodão em 2019

Desde o início dos anos 2000, a cultura do algodão vem ocupando cada vez mais espaço no agronegócio brasileiro. Em 2019, o Brasil produziu aproximadamente 6,9 milhões de toneladas do produto, marca que colocou o país como o quarto maior produtor mundial, ficando atrás da China, Índia e Estados Unidos. As exportações de algodão em pluma geraram divisas externas, em 2019, de R$ 10,6 bilhões.

Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) analisou a trajetória da cultura de algodão no Brasil e o caminho percorrido até que o país alcançasse o lugar de competitividade que ocupa atualmente. “O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio da cadeia do algodão, calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) foi R$ 16,1, bilhões em 2017. Esse é um cenário sinalizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) como promissor já que, além de o Brasil estar entre os principais produtores, é também um dos maiores consumidores desse produto”, aponta a publicação do Ipea.

Segundo a pesquisa do instituto, para que o país alcançasse esse patamar, a produção algodoeira no Brasil passou por “profundas transformações produtivas e tecnológicas”. O documento faz um apanhado da história recente da cultura e lembra que uma grave crise foi enfrentada no setor a partir de meados da década de 1980 até os anos 1990, com a ocorrência de uma praga, conhecida como bicudo-do-algodoeiro.

A crise fez com que os agricultores migrassem suas culturas do Sul e do Sudeste em direção ao Cerrado em meados da década de 1990. A área de produção também foi reduzida no Nordeste, mas, apesar disso, a representatividade dessa atividade foi mantida na região ao longo do tempo. “Esse processo de redistribuição geográfica da produção possibilitou a evolução do sistema produtivo do algodão, que passou do sistema manufatureiro para o tecnificado, gerando assim, ganhos de escala, dada a expansão das unidades produtivas”, explica o documento do Ipea.

Após a crise, os produtores conseguiram ajustar a produção e até mesmo reduzir custos. Porém, o algodão era considerado uma cultura de alto risco, pois demandava grandes investimentos em tecnologia. Outro aspecto que dificultou o desempenho da cotonicultura brasileira foi a distorção dos preços internacionais do algodão, provocada por políticas dos Estados Unidos que causaram prejuízos ao Brasil e levaram o país a entrar com uma ação na Organização Mundial do Comércio (OMC), em 2002.

“Essa disputa, que se estendeu por mais de uma década, teve posição favorável ao Brasil e só foi encerrada em 2014, quando os dois países assinaram o memorando de entendimento relativo ao contencioso do algodão”, conta o estudo do Ipea.

Confira o estudo na íntegra

Com informações do Ipea

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