Bolsonaro baixa o nível com piadas infames no programa do Sikêra Jr

 

O presidente Jair Bolsonaro voltou ao seu habitat natural na última sexta-feira (23) ao participar do programa do apresentador Sikêra Jr, em uma emissora de TV no Amazonas. Em poucos minutos o presidente brasileiro conseguiu fazer o que mais gosta. Ele desferiu inúmeras supostas piadas de muito mal de cunho homofóbico e xenofóbico. Disse o presidente: “Esse queima ou não queima?”, sobre um assistente de produção do programa. A um homem com vestimenta japonesa, questionou: “Tá tudo pequenininho aí?”. “Aquele rabinho ali.. olha o rabinho dele”, afirmou Bolsonaro referindo-se ao cabelo do profissional.

Um verdadeiro show de horrores, onde o presidente da República de um dos países mais importantes do mundo ‘brinca’ com um apresentador de programa sensacionalista sobre matar outras pessoas. Sem qualquer tipo de constrangimento, Bolsonaro riu e se divertiu ‘adoidado’ com as muitas peças de duvidoso gosto ‘humorístico’, feitas exclusivamente para os seus seguidores, muitos alojados no submundo das redes sociais.

Muito além dessa suposta ‘brincadeira’, Bolsonaro ainda foi fotografado com um card onde se lia ‘CPF Cancelado’, numa clara referência ao bordão das milícias espalhadas pelo Brasil para se referirem a execução de pessoas. A gíria é frequentemente utilizada em referência à morte de supostos criminosos e também por grupos pró-violência policial.

Rede Criminosa

Bolsonaro e seus filhos são apontados como entusiastas e apoiadores dos grupos de milícia, principalmente no Rio de Janeiro. Esses grupos, segundo informações na imprensa especializada, já dominam mais da metade do tráfico de drogas e do comércio de tv por assinatura, venda de gás e outros crimes. O senador Flávio Bolsonaro está sendo investigado por ter fortes vínculos com esses grupos criminosos, tendo o ex-assessor parlamentar, Fabrício Queiroz como ponta-de-lança durante muitos anos nesse tipo de ‘negócio’ criminoso.

Ao longo dos anos, coube a Fabrício Queiroz o papel de principal articulador dessa rede de apoio. Queiroz seria fundamental para ajudar a fortalecer a base de votos do clã Bolsonaro nos batalhões policiais, para onde levou Flávio, em sua primeira campanha, para pedir votos.

A articulação do Queiroz facilitou muito a vida dos Bolsonaro que se elegem pelo Rio. Durante um bom tempo, le era a pessoa que fazia a ponte da família com a base eleitoral da Polícia Militar, da Polícia Civil, com policiais da zona oeste, e com os familiares dessas pessoas”. O batalhão onde Queiroz atuou, em Jacarepaguá, sempre foi muito ligado aos grupos milicianos, e o assessor circulava com desenvoltura nesse meio, entre paramilitares e militares.

Cara da Casa de Vidro

Recentemente, grampos telefônicos registraram contato de milicianos com uma pessoa identificada como “Jair”, “cara da Casa de Vidro” e “HNI (PRESIDENTE), segundo relatório da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Polícia Civil do Rio de Janeiro. A partir das gravações, fontes do Ministério Público do Rio de Janeiro afirmam concluir que expressões se referem ao presidente Jair Bolsonaro. As informações foram divulgadas no sábado 24 pelo site The Intercept Brasil.

O nome “cara da casa de vidro”, uma suposta referência ao Palácio do Planalto, teria sido utilizado em ligação no dia 9 de fevereiro de 2020, durante a noite, entre dois investigados. O contato foi feito horas depois da morte de Adriano da Nóbrega, ex-policial do Bope que, segundo escutas reveladas em fevereiro, dizia-se “amigo do presidente”.

*Com informações do El Pais, The Intercept Brasil e Brasil de Fato

Autor: Antônio Pereira

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