Bolsolão: esquema de compra de parlamentares usou R$ 3 bilhões

O jornal O Estado de São Paulo trouxe à tona uma grande esquema de corrupção envolvendo o governo Bolsonaro na tentativa de domesticação do Congresso Nacional através da distribuição de dinheiro público para parlamentares da chamada base aliada. Ao todo o governo destinou R$ 3 bilhões em forma de verba para compra de equipamentos agropecuários, particularmente tratores com um superfaturamento que chega perto dos 300%.

Esse grande esquema de distribuição de verba pública em troca de votos favoráveis ao governo foi baseado no Ministério do Desenvolvimento Regional. O esquema de compra de votos no Congresso já ganhou dois apelidos que estão repercutindo com força nas redes sociais: “tratoraço” e “bolsolão”. Os dois termos figuraram na lista de assuntos mais comentados do Twitter durante todo o domingo.

Segundo o jornal, o esquema era tão descarado, tão descarado, que bastava o deputado ou senador encaminhar um ofício para o Ministério para ter ‘seus’ recursos liberados e a farra do boi concluída.

Importante aliado do presidente Jair Bolsonaro para impedir processos de impeachment, o então presidente do Senado, David Alcalumbre conseguiu R$ R$ 277 milhões por parte do Ministério do Desenvolvimento Regional para fazer a festa em fazendas a fora por este Brasil varonil. Caso o senador reivindicasse este valor por meio de emendas individuais, limitadas a R$ 8 milhões anuais, ele levaria 34 anos para conseguir. Com o esquema do governo, tudo foi rapidamente viabilizado, fazendo sorrir todos os envolvidos.

Vale lembrar que boa parte da base de apoio de Bolsonaro no Congresso é feita de agropecuaristas, fazendeiros com milhares de cabeças de gado ou milhares de hectares de milho, soja e outros produtos agrícolas. Daí a explicação para tanto dinheiro em forma de verba para compra de equipamentos para o uso no campo.

Com mais esse escândalo, o governo Bolsonaro acumula quase 200 motivos para a instauração de um processo de impeachment. Esse esquema de corrupção deslavada descoberto agora pelo jornal Estadão foi idealizado no no final de 2020, criando um orçamento secreto e paralelo no valor de R$ 3 bilhões em emendas. Boa parte do dinheiro era destinada à compra de tratores e equipamentos agrícolas por preços até 259% acima da referência.

Claro que tudo isso ainda vai ser devidamente apurado para o bem do serviço público e possível punição dos culpados. O certo é que o governo Bolsonaro, já envolvido em grandes polêmicas, passa a ter mais esse problema no horizonte para tratar.

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