A luta pela causa animal virou discurso político, mas nem sempre esses “militantes” realmente atuam pelos bichos. Pelo que parece esse é o caso da vereadora de Maceió Teca Nelma. Formada em Relações Internacionais, a parlamentar se define como uma lutadora “pelas pessoas com deficiência, mulheres, minorias e os animais”. Até o momento, nesses oito meses de vereança, Teca Nelma conseguiu passar na Câmara a alteração do regimento interno, que apenas alterou o nome da Comissão do Meio Ambiente, que agora se chama “Comissão de Defesa do Meio Ambiente e dos Direitos e Defesa dos Animais”.
MAIS TRABALHO, MENOS PAPO
“Discurso de vereadora é vago”, diz Seninha
Para diretor do A Notícia, Teca Nelma só sabe falar
Esse foi o único feito realizado em prol dos bichos. Nesta semana, após crítica do A Notícia, edição da semana passada, Teca Nelma usou o plenário para fazer cobranças à Prefeitura de Maceió. E o discurso virou pauta encaminhada à imprensa. “A vereadora Teca Nelma cobrou da prefeitura a urgência na criação de um Hospital Público Veterinário para atender os animais abandonados e vítimas de maus tratos em Maceió. A cobrança foi feita em plenário, durante a sessão ordinária da Câmara Municipal”, diz o texto.
Que acrescentou: “Sou uma defensora dos direitos dos animais e da saúde única. Recebo diariamente dezenas de pedidos de ajuda para animais doentes e até mesmo com zoonoses, prejudiciais à saúde humana. O Hospital Público Veterinário é um pleito urgente e prioritário dos maceioenses”, disse a vereadora. Teca Nelma reforçou que visitou o Hospital Veterinário de Viçosa, a convite do reitor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Josealdo Tonholo. “Vi o quão grandioso é o trabalho realizado em Viçosa e penso por quê Maceió não tem algo semelhante. Enquanto vereadora não posso fazer um projeto de lei que obrigue a prefeitura a criar esse Hospital, mas posso cobrar. Maceió não tem uma política pública efetiva para esses animais e, enquanto isso, o número de abandonos e de violência só cresce”.
O discurso foi só discurso. Uma vez que o vereador não pode propor leis à cidade que criem despesas ao Executivo do Município. Na matéria veiculada, outra imposição. “A vereadora aproveitou para cobrar também, mais uma vez, o funcionamento do Castramóvel de Maceió, que ainda não foi para as ruas desde que foi adquirido. “É um problema crônico, cobrado à prefeitura incontáveis vezes, mas que infelizmente não se resolve. Temos um Castramóvel que segue sem funcionar por falta de verba para compra dos insumos. Até quando?”. No entanto, outro fato que poderia gerar gastos à Prefeitura.
Segundo o diretor do A Notícia, Wellington Sena, a vereadora tem que sondar, primeiramente, se o Executivo tem profissional o suficiente para trabalhar nos castramóveis. “Nem sabe se tem profissionais concursados. Cobrança por cobrança qualquer um pode fazer. Ela tenta, mas não avança”.
“Se ela quer algo concreto, por que não aciona o Judiciário alagoano para que a Prefeitura seja obrigada a colocar a castração de animais em prática? Existem ações mais efetivas do que apenas falar”, declarou Sena.