ALAGOAS: intenção de consumo dá sinais de recuperação com alta de 1,4% em dezembro

Após sete quedas seguidas, registradas entre maio e novembro de 2020, a pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), realizada pelo Instituto Fecomércio AL, em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), apresentou, em dezembro, alta de 1,4% em relação ao mês anterior. Na comparação anual, no entanto, o índice registra baixa de 12%.

No último mês do ano, o resultado obtido foi de 91,9 pontos. E, apesar da recuperação na comparação mensal, de acordo com o assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), Victor Hortencio, o índice ainda permanece abaixo do nível de satisfação de 100 pontos, situação que vem se perfilando desde maio de 2020.

Para Hortencio, um indicador que pode traduzir esse cenário é o nível de endividamento. De outubro a dezembro, o índice registrou resultados abaixo da média nacional, e vem demonstrando, desde junho (72,5%), mês que apresentou o maior nível de endividamento do ano na capital alagoana, uma tendência de queda, ao encerrar 2020 com 64,1% da população com algum débito. “Isso pode significar que os maceioenses estão restringindo o seu consumo, e comprando à vista, no intuito de quitar as dívidas”, observou.

Diante desse contexto, os dados da pesquisa mensal do Comércio, disponibilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que, de janeiro a novembro de 2020, Alagoas apresentou uma queda acumulada de 3,1% no volume de vendas do comércio varejista. No entanto, na variação mensal, entre outubro e novembro, foi registrado um aumento de 2,1%, enquanto que na comparação anual o aumento foi de 6,3%, o que, para Hortencio, pode ser resultado de uma demanda represada durante os meses mais críticos da pandemia de Covid-19.

Dentre os aspectos que favoreceram a recuperação apresentada pelo ICF, está a variação positiva de 4,6% do subíndice de Perspectiva Profissional. Para o assessor econômico da Fecomércio AL, a alta se deve, em grande medida, à melhora nos dados de empregabilidade do segundo semestre de 2020, disponibilizados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED).

De acordo com os dados, na capital alagoana, agosto se mostra como o primeiro mês de recuperação de empregos após o isolamento social, gerando mais de 800 postos de trabalho. De maneira que entre agosto e novembro foram criados mais de 7.700 empregos em Maceió, com participação positiva em todos os segmentos econômicos (agropecuária, indústria, construção civil, comércio e serviços).

O subíndice de renda atual também teve uma variação positiva mensal, com alta de 4,7%. Nesse contexto, a percepção de que a renda hoje é superior e/ou igual ao mesmo período do ano passado permanece em alta, em torno de 84,5%. “Essa situação pode ser explicada pela ilusão monetária vivenciada pelos consumidores da capital. Como ilustração, somente o auxílio emergencial injetou na economia alagoana um total de mais de R$ 3 bilhões, criando renda e liquidez, o que aumentou significativamente a circulação de moeda”, observou Hortencio.

A pesquisa completa pode ser acessada em www.fecomercio-al.com.br/instituto.

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