Ações do Programa Dignidade Menstrual desmistificam e conscientizam alunas sobre menstruação em Maceió

O Programa Dignidade Menstrual vai além de distribuir, de forma gratuita, absorventes higiênicos para meninas e mulheres, estudantes da rede municipal de ensino de Maceió. A iniciativa, anunciada em março pelo prefeito do JHC, vem quebrando tabus, conscientizando e empoderando mais de 12 mil alunas contempladas pelo programa.

Desde o início de abril, especialistas da Secretaria Municipal de Educação, assim como a secretária-adjunta de Educação, professora Emília Caldas, estão visitando escolas municipais realizando rodas de conversas com as alunas para desmistificar e conscientizar sobre a naturalização da menstruação.

A programação segue até maio e vai contemplar 18 escolas que atendem ao Ensino Fundamental II, com estudantes de 12 a 16 anos.

Foto: Reprodução

O Programa Dignidade Menstrual, que beneficia alunas de 10 a 50 anos, não está combatendo apenas a vulnerabilidade social e a falta de condição financeira para adquirir o item de higiene básica, mas também outros pontos que ainda são considerados tabus, inclusive entre as mulheres.

Muitas vezes, essas estudantes são alvos de preconceitos por parte dos próprios colegas de classe, sentem vergonha, anseios, medos e angústias durante o período menstrual. Além dos sentimentos, a mulher ainda precisa lidar com os termos pejorativos, crenças relacionadas à menstruação, frutos de uma sociedade historicamente machista.

Diante disso, as rodas de conversas têm o intuito de esclarecer e discutir sobre esse processo natural feminino.

“Nós estamos percorrendo as escolas contempladas para conversar com as meninas sobre o tema de uma forma bem natural, para quebrar os tabus. Além de distribuir absorventes, o programa transforma essas alunas em multiplicadoras da dignidade menstrual, do autocuidado, do bem-estar feminino na sociedade como uma forma de empoderar essas meninas, que sofrem com o preconceito que cerca o tema”, garantiu Emília Caldas.

No dia 18 de abril, a roda de conversa acontece nas Escolas Jaime Amorim de Miranda e Jaime de Altavilla, ambas no Tabuleiro dos Martins. No dia 19 será na Escola João Sampaio, no Conjunto João Sampaio, e na Escola Hévia Valéria, no Village Campestre, o encontro será no dia 20, sempre no horário da tarde.

A Coordenadora de Programas e Projetos Educacionais, Kátia Lessa, destacou a importância das orientações que estão sendo repassadas.

“O programa dignidade menstrual veio dar mais dignidade às meninas e mulheres das escolas da rede. Nós sabemos que a maioria das nossas estudantes não possuem recursos para comprar absorventes todos os meses e pensando nisso o prefeito JHC, juntamente ao secretário de educação Elder Maia, a secretária-adjunta Emília Caldas e a secretária da mulher, Ana Paula Mendes, criaram esse projeto para distribuir absorventes e gerar acessibilidade a este item de higiene para nossas alunas”, enfatizou a coordenadora.

“Me sentia envergonhada por menstruar”

Hilariane Correia, de 13 anos, é estudante da Escola Municipal Natalina Costa, do Tabuleiro dos Martins. A adolescente revelou que já precisou pedir absorvente emprestado por não ter condições financeiras de comprar. “De vez em quando eu peço emprestado para minha tia. Então, eu estou achando muito bom, porque vai facilitar a minha vida e das minhas amigas”, contou.

Já a aluna da Escola Padre Pinho, da Cruz das Almas, Ingrid, de 14 anos, diz ter aprendido bastante durante a roda de conversa. “Eu me sentia envergonhada por menstruar. Mas depois dessa conversa, eu aprendi que isso é uma coisa natural e saudável e que é normal”, disse a adolescente.

A iniciativa da Prefeitura de Maceió também tem sido elogiada pelas mães e avós dessas estudantes contempladas. Maria das Graças dos Santos é avó de três alunas da Escola Natalina Costa e reforçou que a família também precisa estar presente na vida dessas meninas e mulheres.

“Está ação é uma maravilha e veio em boa hora. Além de distribuir, nós mães e avós precisamos nos envolver também, explicar como usar o absorvente e conversar sobre o tema. Um barco trabalha com dois remos, a escola e a família”, destacou Maria das Graças.

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