27 de julho de 1955: Cai o Gogó da Ema

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O Gogó da Ema era um coqueiro deformado que lembrava o pescoço de uma ema. Considerado um dos mais belos cartões postais de Maceió, no passado fazia parte de um sitio localizado na Ponta Verde.

Quando foi plantado e quem o plantou, ninguém descobriu. Segundo se afirmava, o coqueiro-símbolo de Maceió existia desde os meados dos anos 10 do século XX, no sítio outrora pertencente a Francisco Venâncio Barbosa, mais conhecido como Chico Zu. No início era pouquíssimo conhecido, e quem o fosse ver arriscava-se a ser mordido por cães que guardavam o local. Em 1930, bem próximo do local, uma empresa norte-americana perfurou poços em busca de petróleo.

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O mar começou a avançar, derrubando vários coqueiros, colocando em perigo a famosa palmeira. Para ela foi reclamada proteção, havendo a Gazeta de Alagoas, em reportagem intitulada “Os assassinos do Gogo da Ema”, denunciando o perigo. A Prefeitura mandou protegê-lo com um muro de alvenaria de tijolos e uma trave de madeira, o que não bastou para garanti-lo. O “Gogó-da-Ema” desafiava a lei da gravidade, o que fazia com que houvesse a necessidade do máximo de fixação ao solo para que permanecesse de pé. Mas, o que ele mereceu das autoridades foi apenas um punhado de barro em sua base e um cais-de-proteção de troncos e coqueiros, estacas de madeira e pedaços de arrecifes extraídos do local, juntados com cimento, de pouca resistência, que a preamar, sempre debelando, aos poucos foi tornando sua queda iminente.

Desprezado pelas autoridades, apesar de gabado e sempre apresentado por todos os maceioenses aos visitantes da cidade, o “Gogó-da-Ema”, às 16h:30m do dia 27 de julho de 1955, teve sua proteção fortemente invadida pelas águas impetuosas do Atlântico; e, finalmente, sem mais se conter em suas raízes, caiu, naquela encantadora hora de início de crepúsculo, como são os fins-de-tarde da Pajuçara e da Ponta Verde. Tentaram ressuscitar o coqueiro, com a participação de centenas de pessoas, autoridades e agrônomos, além do Corpo de Bombeiros, que, com a ajuda de um guindaste, ergueu a árvore. Mas, em 1956, foi, o “Gogó-da-Ema”, dado como morto definitivamente.

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