Explosões danificaram parte da empresa e casas próximas. Na fuga, ladrões colocaram fogo em veículos para dispersar a polícia. Um policial foi morto.
Vizinhos à transportadora de valores assaltada na madrugada desta segunda-feira (24) em Ciudad del Este, no Paraguai, disseram que viveram momentos de terror. Segundo a Polícia Nacional, foram cinco explosões para que o grupo de cerca de 50 ladrões tivesse acesso ao dinheiro. Outros cinco explosivos não detonados foram encontrados em alguns pontos da empresa Prosegur.
“Todas as detonações atingiram a minha casa. Eu e minha esposa estávamos sozinhos. Foram três horas destes momentos de terror”, conta o transportador Alejandro Anisimoff ao descrever que a sensação era de que a casa iria desabar, confirma o G1.
O imóvel ficou cheio de rachaduras, e estilhaços de vidros se espalharam por todos os espaços. Assustado, o casal de idosos disse ter se escondido debaixo da cama. “O perigo era grande. Fomos resgatados por uma de nossas filhas.”
Com a força das explosões, parte da marquise da empresa foi arremessada para o meio da rua. A sede da transportadora fica a quatro quilômetros da Ponte Internacional da Amizade.
Durante a fuga, os ladrões espalharam “miguelitos” – espécie de tachas de metal usadas para furar pneus de veículos – para impedir que fossem seguidos pela polícia e incendiaram ao menos 13 veículos. Eles também abandonaram cinco caminhontes blindadas, todas com placas de SP.
O carro do metalúrgico Marcos Gehnes foi usado pelo grupo para impedir a passagem dos policiais por uma rua próxima à transportadora. Ele disse que teve o veículo roubado por volta da meia-noite.
“Eles só me falaram ‘desce do carro e vaza daqui’. Estavam com armamento muito pesado”, lembra.
Na ação, que teve início por volta da meia-noite e meia, horário paraguaio – 1h30, no horário de Brasília -, um policial que fazia segurança particular em frente à empresa foi morto. Por conta da troca de tiros outras quatro pessoas ficaram feridas.
Inicialmente, a Polícia Nacional do Paraguai informou que o grupo havia fugido com US$ 40 milhões (o equivalente a mais de R$ 120 milhões). O chefe de investigações de delitos da Polícia Nacional em Alto Paraná, Arsênio Correa, disse, porém, que os valores ainda estão sendo contabilizados.
Até o início da tarde, nenhum suspeito havia sido identificado ou preso.
24/04/2017