A vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes, assassinados em março no Rio de Janeiro, foram homenageados com a Medalha da Inconfidência neste sábado (21) em Ouro Preto, capital simbólica de Minas Gerais neste feriado. O Nobel da Paz de 1980, o argentino Adolfo Pérez Esquivel também recebeu a medalha na cidade histórica.
A cerimônia – que celebra o dia do mártir da Inconfidência Mineira Tiradentes – teve como orador o governador Fernando Pimentel (PT), que também entregou as medalhas aos homenageados.
Um vídeo de homenagem à Marielle foi exibido e a medalha foi entregue à companheira da vereadora, Monica Benicio, que vestia uma camisa com a frase: “Não nos calarão”. A viúva de Anderson Gomes, Agatha Arnaus Reis, também recebeu a medalha pelo motorista, diz o G1.
Em seu discurso, Pimentel falou sobre os assassinatos de Marielle e Anderson. “Estamos condecorando postumamente duas vítimas do ódio anacrônico e ignorante que tenta calar a voz dos que lutam pela liberdade e pela justiça social. Falo de Marielle Franco e Anderson Pedro, cruelmente abatidos pelas mães daqueles que querem submeter o Brasil ao arbítrio do fascismo”, afirmou.
A distinção – a maior honraria concedida pelo estado de Minas Gerais – foi entregue a cerca de 170 personalidades e instituições que contribuíram para o desenvolvimento de Minas e do Brasil. Além de Marielle, Anderson Gomes e Adolfo Pérez, músicos, artistas, chefs de cozinha, professores e lideranças políticas foram agraciados.
Neste ano, atendendo aos pedidos da população local, o governo de Minas realizou a solenidade em dois momentos. Como em outros anos, a cerimônia oficial de tiros, o hasteamento da bandeira e a colocação de flores no monumento ao mártir da Inconfidência Mineira foram realizados na Praça Tiradentes.
Já a entrega da Medalha da Inconfidência ocorre no Centro de Artes e Convenções da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop). Durante a cerimônia, manifestantes contra a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva gritaram “Lula livre”.
Na rodoviária da cidade, mais pessoas faziam protesto contra a prisão do ex-presidente Lula. Um grupo de manifestantes tentou se dirigir ao local da cerimônia, mas foi cercado pela polícia e ficou perto do terminal. Ativistas faziam discursos em cima de um caminhão da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT-MG). Por volta de 11h40, os manifestantes começaram a se deslocar para a Praça Tiradentes.
21/04/2018
