Durante seu discurso, Girão questionou os votos dos dois desembargadores indicados pelo presidente Lula a favor da cassação de Moro, ressaltando a possível influência política por trás da decisão. O senador destacou que a denúncia de abuso de poder econômico durante a campanha eleitoral foi o cerne do julgamento, mas o relator do processo, desembargador Luciano Souza, apontou claramente o viés político da acusação e a notoriedade conquistada por Moro tanto como juiz da Lava Jato quanto como ministro da Justiça.
Além disso, Girão citou o caso do senador Jorge Seif, do PL de Santa Catarina, que também enfrentou uma possível cassação política, mas foi absolvido por seis votos a zero pelo TRE-SC. O parlamentar ainda criticou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sob a presidência do ministro Alexandre de Moraes, acusando a instituição de agir como um partido político e de beneficiar explicitamente a candidatura do presidente Lula nas últimas eleições.
Para Girão, o Senado está sendo desmoralizado pelo TSE e pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e ele convocou os colegas para se unirem e reivindicarem o respeito do Poder Legislativo diante dos abusos cometidos pelos outros poderes. Ele ressaltou a importância da responsabilidade histórica do Senado em não se omitir diante dos desrespeitos e desequilíbrios entre os Poderes.
Diante das denúncias e críticas feitas pelo senador Girão, fica evidente a necessidade de um debate mais amplo e aprofundado sobre a interferência política nos julgamentos eleitorais e a preservação da independência e imparcialidade das instituições democráticas no Brasil.