Tragédia em Gaza: Observadores da ONU confirmam muitas vítimas de disparos em hospital após entrega de ajuda humanitária

No último dia X, observadores da Organização das Nações Unidas (ONU) realizaram uma visita ao Hospital al-Shifa, localizado na Cidade de Gaza, e constataram que muitas das 200 pessoas que permanecem internadas após a tragédia na entrega de ajuda humanitária na madrugada de quinta-feira estão sendo tratadas por ferimentos a bala.

Autoridades palestinas acusaram as Forças Armadas de Israel de dispararem contra as multidões, resultando em ao menos 112 mortos e 760 feridos, de acordo com informações do Ministério da Saúde do enclave, que é controlado pelo grupo terrorista Hamas. No entanto, as Forças Armadas de Israel negaram as acusações, afirmando que as mortes decorreram de uma debandada durante a entrega de alimentos, admitindo apenas disparos pontuais em direção a um grupo de palestinos que os soldados avaliaram como sendo uma ameaça.

Giorgios Petropoulos, chefe do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (Ocha), concedeu uma entrevista à rede britânica BBC onde informou que quase todos os 70 a 80 pacientes na sala de emergência do hospital foram feridos no incidente do comboio. Além dos ferimentos a bala, os médicos também estavam tratando pacientes que caíram ou foram pisoteados, mas não houve informações precisas sobre qual grupo era mais numeroso.

O representante da ONU afirmou que os pacientes com ferimentos a bala foram atingidos na parte superior e inferior do corpo. Ele citou o relato de um paciente que caminhou até o Hospital al-Shifa após ser ferido no peito, afirmando que os soldados israelenses geralmente atiravam para o alto, mas que, desta vez, eles atiraram na parte mais densa da multidão.

Diante da gravidade da situação, Estados Unidos, União Europeia, França e ONU solicitaram uma investigação independente do caso, enquanto a Alemanha pediu que o Exército de Israel apure completamente os eventos que levaram ao pânico em massa e aos disparos. A pressão aumentou também por uma trégua e para que Israel facilite a entrada de mais ajuda humanitária no território, que enfrenta uma grave escassez de alimentos, água e medicamentos devido ao conflito em curso. O Programa Alimentar Mundial alertou que a fome é iminente no norte de Gaza, onde cerca de 300 mil pessoas vivem com poucos recursos.

Segundo informações das Nações Unidas, 2,2 milhões dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza estão ameaçados pela fome após quase cinco meses de conflito, que resultou em mais de 30 mil mortes, a maioria mulheres e crianças, de acordo com autoridades palestinas.

A tragédia na entrega de ajuda humanitária em Gaza tem gerado diversas discussões e questionamentos sobre o que realmente aconteceu na madrugada de quinta-feira. Autoridades de saúde de Gaza acusam Israel de disparar contra as multidões, enquanto o Exército israelense alega que as mortes foram causadas por empurra-empurra, pisoteamento e atropelamentos durante a debandada. A divulgação de vídeos e relatos contraditórios aumentou as dúvidas sobre a sequência de eventos que resultaram nas mortes e ferimentos.

O cenário de tensão entre Israel e Hamas se intensificou após o trágico incidente, com diversos países e organismos internacionais pedindo por uma investigação minuciosa e transparente para esclarecer os fatos. A situação humanitária em Gaza segue preocupante, com a população enfrentando escassez de recursos essenciais e a iminência da fome. A busca por uma solução pacífica e a garantia de acesso à ajuda humanitária tornaram-se urgentes diante do cenário de violência e sofrimento da população da região.

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