Traficantes alvos de operação da Polícia Federal tinham vida luxuosa

Investigações apuraram que criminosos tinham casas avaliadas em mais de R$ 3 milhões, barcos, carros importados, fazendas e centenas de cabeças de gado.

Ao longo de dois anos de investigações, a Polícia Federal (PF) descobriu que os líderes de duas organizações criminosas alvos da “Operação Malote”, deflagrada nesta sexta-feira (28), levavam uma vida luxuosa. Com o dinheiro do tráfico de drogas, os suspeitos mantinham casas avaliadas em mais de R$ 3 milhões, barcos, carros importados, fazendas e centenas de cabeças de gado.

“Investigamos dois núcleos de narcotraficantes que traziam maconha e cocaína do Paraguai e distribuíam o entorpecente para grandes centros urbanos do país. Com o lucro da venda das drogas esses criminosos tinham uma vida de luxo. Acredito que o ponto forte dessa operação tenha sido o levantamento patrimonial dos líderes. Conseguimos identificar o que eles adquiriram com o tráfico de drogas”, explicou o delegado da PF, Marco Smith.

Foi possível identificar o patrimônio dos suspeitos com a colaboração da Receita Federal. Bens foram bloqueados pela Justiça, constata o G1.

Um dos núcleos investigados estava sediado em Umuarama, no noroeste do Paraná, tinha ramificações no Mato Grosso do Sul e fornecia entorpecentes para São Paulo, Rio de Janeiro e estados do nordeste do país.

Mandados

A operação cumpre mais de 80 mandados judiciais no Paraná, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo. São 29 mandados de prisão preventiva, cinco de prisão temporária, 12 de condução coercitiva e 40 de busca e apreensão. Até as 11h30, foram apreendidos 70 relógios de alto valor, carros importados, dinheiro, armas, barcos e 1.000 cabeças de gado.

Segundo a Polícia Federal, entre os alvos dos mandados de prisão estão líderes dos dois núcleos investigados sediados em Umuarama e em Atibaia, no interior de São Paulo.

Mais de 200 policiais federais e equipes da Polícia Militar de São Paulo participam da operação.

Consórcio

Os grupos atuavam de forma consorciada. “O consórcio funcionava para o transporte de grandes quantidades de drogas. As cargas eram trazidas de forma conjunta do Paraguai para o Brasil. O entorpecente entrava no país pelas fronteiras secas em Ponta Porã e Mundo Novo, no Mato Grosso do Sul, ou pelo Rio Paraná, em Guaíra”, explicou o delegado da Polícia Federal.

A PF ainda informou que Porto Camargo, no noroeste do Paraná, era rota frequente das cargas que entravam no país pelo Mato Grosso do Sul. Em uma das apreensões realizada, em 2015, foram apreendidas 24,5 toneladas de maconha às margens do Rio Paraná, foi a maior já registrada no país.

WhatsApp

Nesses dois anos, os agentes também descobriram que os criminosos se comunicavam por mensagens trocadas pelo WhatsApp. A Justiça Federal de Umuarama determinou que a empresa repassasse dados dessas conversas à Polícia Federal, no entanto, a ordem judicial não foi cumprida e a empresa recebeu multas diárias. A PF afirma que as multas aplicadas contra o WhatsApp no Brasil já passam de R$ 2,1 bilhões.

“Demoramos para concluir as investigações porque o WhatApp não repassou essas informações, no entanto a apuração não foi prejudicada. Conseguimos coletar provas necessárias, mesmo sem a ajuda da empresa”, diz Marco Smith.

Se condenados, os suspeitos devem responder por crimes ligados a Lei Antidrogas e da Lei de Combate ao Crime Organizados, além de corrupção ativa e passiva. As penas podem chegar a mais de 40 anos de prisão.

28/04/2017

Jornal Rede Repórter - Click e confira!




Botão Voltar ao topo