Sete militares aposentados condenados pela justiça chilena pelo assassinato do cantor Víctor Jara na época da ditadura.

Após mais de quatro décadas, a justiça chilena finalmente condenou sete militares reformados pelo sequestro e assassinato do cantor e compositor Víctor Jara, uma das vozes mais importantes da música popular no Chile e na América Latina. O Supremo Tribunal do país determinou penas que variam entre oito e 25 anos de prisão, em resposta a um recurso interposto pelos réus.

A decisão unânime do tribunal, que veio duas semanas após o 50º aniversário do golpe que culminou na ditadura de Augusto Pinochet e derrubou o governo socialista de Salvador Allende, foi recebida como um passo importante na busca pela justiça e pela verdade. Víctor Jara, filiado ao Partido Comunista, foi preso, torturado e morto com 44 tiros poucos dias após o início da ditadura.

Além do caso de Jara, a decisão também considerou o sequestro e assassinato do ex-diretor penitenciário Littré Quiroga, que foi detido junto com o músico no Estádio Chile, na capital Santiago. Quiroga, também membro do Partido Comunista, foi encontrado morto nas proximidades de Jara, em um terreno próximo à linha férrea, também com sinais de tortura.

Os ex-oficiais do Exército chileno condenados pelos crimes são Raúl Jofré, Edwin Dimter, Nelson Haase, Ernesto Bethke, Juan Jara, Hernán Chacón e Rolando Melo. As penas aplicadas foram de 15 anos pelos homicídios de Jara e Quiroga, e de 10 anos por ambos os sequestros. No entanto, cabe ressaltar que os condenados, todos com idades entre 73 e 85 anos, estão atualmente em liberdade.

A condenação dos militares reformados é vista como uma vitória para os defensores dos direitos humanos e das vítimas do regime de Pinochet. A justiça chilena tem avançado de forma lenta na investigação e punição dos crimes cometidos durante a ditadura, mas esta decisão mostra um avanço significativo nesse processo de reconciliação com o passado.

Apesar da alegria pela condenação dos culpados, é importante lembrar que ainda há muitos casos de violações dos direitos humanos que permanecem impunes no país. A busca por justiça e memória continua, com a esperança de que um dia todas as vítimas e suas famílias possam encontrar paz e reparação. A condenação dos sete militares reformados é um passo importante, mas apenas um entre muitos na longa jornada que o Chile ainda tem pela frente.

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