Durante seu discurso no Plenário, Girão destacou que existem interesses escusos por trás das empresas de apostas e que a população mais vulnerável é a mais afetada por essa prática. O senador também chamou a atenção para um “jabuti” no projeto, que permitiria a legalização do jogo ilegal. Atualmente, o PL 3.626/2023 está em tramitação na Comissão de Assuntos Econômicos e na Comissão de Esporte.
De acordo com Girão, o projeto também contempla a regulamentação de jogos virtuais, como cassino, bingo e caça-níquel, o que abriria caminho para a jogatina. Ele ressaltou que essas entidades virtuais têm um lucro de 70%, enquanto as apostas esportivas correspondem a 30% desse lucro. Para o senador, essa inserção é um escândalo, pois significa lucrar às custas do sofrimento das pessoas.
Girão ainda citou uma matéria da revista Veja que revela um possível pedido de propina envolvendo um deputado e empresas de apostas. Segundo o artigo, o deputado estaria cobrando R$ 35 milhões do presidente da Associação Nacional de Jogos e Loterias para aprovar leis favoráveis às empresas e não pressioná-las na CPI da Câmara que apura manipulação de resultado em partidas de futebol.
O senador ressaltou que tanto o Código de Ética da Fifa quanto o Regulamento Geral das Competições da CBF proíbem a participação direta ou indireta em jogos de azar, loterias e apostas esportivas. Girão enfatizou a importância de combater essas práticas ilegais e nocivas ao esporte.
É evidente que a discussão em torno das apostas esportivas e da regulamentação desse setor é fundamental para a sociedade brasileira. Além dos aspectos morais e éticos envolvidos, é preciso considerar os impactos socioeconômicos e a proteção aos apostadores, especialmente os mais vulneráveis. Nesse sentido, a realização da audiência pública pela CAE é um passo importante para aprofundar o debate e colocar medidas efetivas em prática. A participação da sociedade civil nesse processo também é crucial, pois é necessário ouvir diferentes perspectivas e encontrar soluções que beneficiem a todos.