Segurança da Supervia agride com cassetete ambulante que cai em plataforma

Segurança da Supervia agride com cassetete ambulante que cai em plataforma

Um vendedor ambulante e dois seguranças terceirizados da Supervia brigaram na noite desta quarta-feira, na estação Maracanã, na Zona Norte do Rio. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra uma parte da confusão, em que é possível ver um dos seguranças socando o Leônidas Nunes, de 22 anos, que revida. Um segundo vigilante entra na briga acertando o ambulante com golpes de cassetete. Os dois seguranças, então, partem para cima de Leônidas, que fica encurralado e cai nos trilhos. Ele fica deitado, enquanto um dos vigilantes pula nos trilhos e o ajuda a se levantar. Fotos mostram o rosto do ambulante coberto de sangue.

O caso aconteceu por volta das 19h. De acordo com Kelvin Freitas, de 21 anos, que testemunhou as agressões e filmou tudo, a briga começou após um dos vigilantes exigir que o Leônidas colocasse uma camisa.

– O segurança chegou e pediu que o rapaz colocasse a camisa, disse que ele já estava errado em estar ali. Ele reclamou que estava sendo tratado como ‘vagabundo’ e disse que estava trabalhando. Os dois se alteraram e começaram a se ofender em voz alta. Aí o rapaz chamou o segurança para briga e ele entrou. Quando o outro viu a confusão, chegou acertando um soco e o cassetete no rapaz. Ele caiu e rolou para plataforma. Poderia ter vindo um trem ali! – contou.

Ainda segundo Kelvin, o vigilante que ajuda o rapaz a se levantar o ameaçou ao ver que estava sendo filmado.

– Quando ele saiu do trilho, ele perguntou: ‘mais alguém tá afim de arranjar caô?’ Foi quando ele viu que eu estava filmando e partiu para cima de mim, mas acabou contido. O outro guarda conteve ele e disse que ele estava fazendo besteira. Ele ainda me ameaçou dizendo que iria ‘me meter a porrada’ se eu não apagasse o vídeo. Mas eu não apaguei e fiz as fotos do rapaz cheio de sangue – disse.

O ambulante teve um corte no supercílio, de acordo com Kelvin. De acordo com a Supervia, o vendedor não respeitou a advertência dos vigilantes terceirizados e andou na via férrea para mudar de plataforma. Ainda segundo a concessionária, ele foi orientado a se retirar do sistema, mas não o fez. “O homem iniciou um tumulto que culminou em agressões a ambas as partes. Seguindo o procedimento padrão, a concessionária prontificou-se a acionar o Samu, para o atendimento especializado, mas o homem também recusou auxílio”, diz nota da Supervia.

De acordo com Kelvin, o rapaz agredido afirmou que procuraria a delegacia para registrar queixa. No entanto, ainda não há registro do caso. Procurada pelo EXTRA, a Polícia Militar informou que não foi notificada, apesar de ter agentes na plataforma.O Grupo Forte, responsável pela empresa Ponto Forte, que faz a segurança nas plataformas, não retornou às ligações.

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Veja na íntegra a nota da Supervia:

Por volta das 19h de quarta-feira (15/02), na estação Maracanã, um vendedor ambulante não respeitou a advertência de vigilantes terceirizados e caminhou irregularmente na via férrea para realizar transferência de plataformas. Orientado a se retirar do sistema, o homem iniciou um tumulto que culminou em agressões a ambas as partes. Seguindo o procedimento padrão, a concessionária prontificou-se a acionar o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), para o atendimento especializado, mas o homem também recusou auxílio.

A SuperVia lamenta qualquer atuação que tenha sido realizada fora da postura de respeito e ética adotada pela concessionária, por isso fará contato com a empresa terceirizada para que sejam tomadas as medidas cabíveis. A empresa reforça que devem ser retirados do sistema ferroviário aqueles que não seguem as normas e regras de convivência adequadas e cometem infrações. Além disso, todos os profissionais que trabalham no contato direto com os passageiros passam por treinamento e reciclagens periódicas. A capacitação inclui temas como Código de Ética, Conduta e Postura, além de Controle Emocional e Administração de Conflitos.

extra
16/02/2017

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