Ziraldo, conhecido por suas charges satíricas e inteligentes, trouxe uma abordagem inovadora para a luta contra o tabagismo. Ao contrário das campanhas anteriores que focavam na associação do cigarro com a morte e a doença, Ziraldo apostou na mudança comportamental. Sua visão visionária conquistou reconhecimento internacional, com um prêmio da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1987.
A campanha não só teve impacto na população como também mudou a perspectiva do próprio artista. Ziraldo, que fumava na época, parou o hábito após se envolver na campanha antitabagista. O Brasil também passou por mudanças significativas, com a proibição de propagandas de cigarro nos meios de comunicação e uma queda no número de fumantes de 35% em 1987 para 12,6% em 2019.
O legado de Ziraldo continua vivo no Inca, especialmente no Programa Saber Saúde, que visa promover a saúde e a prevenção de doenças crônicas entre crianças e jovens. As ilustrações do cartunista continuam sendo usadas no programa, que tem sido bem recebido tanto por profissionais da saúde quanto da educação. Maria José Giongo, responsável pelo programa, destaca a importância das imagens de Ziraldo para conscientizar o público infantil sobre os danos do tabagismo e outras práticas prejudiciais à saúde.
A saudade e o reconhecimento pelo trabalho de Ziraldo são evidentes entre os profissionais que trabalharam com ele. Vera Luiza da Costa e Silva, que colaborou com o artista na década de 1980, destaca a genialidade e o compromisso de Ziraldo. Embora tenham perdido a pessoa, seu legado e sua contribuição para a promoção da saúde e prevenção de doenças continuarão a inspirar gerações futuras. A obra e as ideias de Ziraldo permanecem como uma lembrança viva de um grande artista e defensor da saúde pública.