Réu Agnaldo Lopes diz que morte do capitão Rodrigues foi uma fatalidade

No início da tarde desta segunda-feira (4), os jurados do 3º Tribunal do Júri da Capital ouviram Agnaldo Lopes de Vasconcelos, acusado de assassinar o capitão da Polícia Militar de Alagoas, Rodrigo Moreira Rodrigues, em abril de 2016. O réu afirmou que não tinha a intenção de matar o “invasor” de sua casa e que não sabia que se tratava de um policial militar.

“Não sabia quem estava na minha casa, não tinha intenção de tirar a vida de ninguém, muito menos de alguém que trabalhava na Segurança Pública, vim conhecer ele [vítima] por reportagem depois. Peço à família, principalmente à mãe, seu perdão se foi da minha arma que tirou a vida do seu filho. O que houve foi uma fatalidade, eu não procurei por isso, eu não saí da minha casa para isso, não escolhi em quem atirar”, disse o réu.

O acusado disse que durante a abordagem, inicialmente uma voz disse que era segurança do condomínio. Segundo ele, uma segunda voz teria dito: “Abre a porta filho da puta, aqui é a Polícia. E se não abrir a gente vai começar a atirar”. Agnaldo teria então pensado se tratar de um assalto e pedido para sua namorada pedir socorro pelo telefone.

O réu sustentou que percebeu apenas “um vulto” em cima muro. Teria disparado a primeira vez por acidente e a segunda, apenas como advertência. “Não mirei, não dava pra ver. Em nenhum momento tinha a intenção de acertar o invasor da minha casa”, alegou.

“Se eu tivesse a intenção de tirar a vida da pessoa, eu teria dado todos os tiros do meu revólver. Minha intenção era só advertir: ‘estou armado’”, narrou Agnaldo Lopes. O réu afirmou que só soube que tinha atingido o policial depois, por meio de um terceiro.

Agnaldo relatou ainda ter sofrido tortura após o incidente, ainda na sua residência. Contou que policiais usaram choques com arma do tipo Taser, choques elétricos com um cabo de um ventilador e um saco plástico para asfixia. “Eu não entendia porque estava sendo torturado, não entendia porque a polícia estava na minha casa”, disse.

Após o depoimento do réu, o pai da vítima passou mal, precisou ser atendido pelo setor médico do Fórum e retirado do local de julgamento.

Ascom – 04/12/2017

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