O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) afirmou que o “constrangimento” e a “contradição” são da ex-prefeita, e que se ela vem para agregar, precisa fazer um balanço de sua trajetória. Já o deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP) disse que é evidente que a votação dela pelo impeachment e suas palavras na época não agradam, mas isso é algo que ela terá que explicar. Chinaglia lembrou que o próprio presidente Lula articulou a volta de Marta ao PT, com a perspectiva de trabalhar pela vitória do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL).
Durante o ato de filiação de Marta, Lula admitiu que enfrentou resistências quando sugeriu o nome da ex-prefeita para a vice de Boulos, enfatizando que o PT só teria condições de ganhar a eleição em São Paulo com ela na chapa. Apesar das resistências internas, a cerimônia que marcou o retorno de Marta ao partido, após nove anos de afastamento, foi permeada por gestos afetuosos em direção à ex-prefeita. Até mesmo Fernando Haddad, que foi chamado por Marta de pior prefeito da história, fez um discurso elogioso.
Enquanto Marta não falou sobre o que motivou sua saída do PT no ato, Lula mencionou genericamente que o partido “cometeu erros” e que nem todos são obrigados a suportar. No entanto, o dirigente nacional do PT Valter Pomar defendeu a impugnação da filiação de Marta em um texto divulgado em seu blog pessoal, relembrando sua saída conturbada do partido, seu voto a favor do impeachment e sua participação na gestão de Ricardo Nunes, onde era secretária de Relações Internacionais até o mês passado.
Pomar sugeriu que a impugnação seja debatida e votada diretamente no Diretório Nacional do PT. Diante dessas questões levantadas por membros de ambos os partidos, cabe a Marta Suplicy esclarecer e justificar suas atitudes, a fim de garantir seu retorno ao PT e sua atuação política no futuro.