O acordo foi homologado nessa segunda-feira (18) e envolveu diversas instituições relacionadas ao caso. O valor será pago em 36 parcelas fixas, sendo a primeira prevista para meados de outubro. O montante será destinado ao Fundo de Promoção do Trabalho Decente (Funtrad), que utilizará os recursos para combater o racismo estrutural.
Além da indenização, a rede de supermercados também se comprometeu a adotar medidas de combate ao racismo. O acordo contém 41 cláusulas, que incluem o aumento do número de trabalhadores negros na empresa, a criação de um canal ativo para receber denúncias e a proibição de contratar pessoas condenadas por crimes violentos para realizar a segurança dos estabelecimentos.
É importante ressaltar que o acordo não suspende os demais processos contra a empresa, como os pedidos de indenização por parte das famílias das vítimas.
O caso ocorreu na unidade do Atakarejo localizada no bairro Nordeste de Amaralina, em Salvador, em que os seguranças flagraram Bruno Barros, de 29 anos, e Yan Barros, de 19 anos, furtando pacotes de carne. Os jovens foram entregues pelos seguranças a traficantes que atuam na região e acabaram sendo torturados e mortos por integrantes de uma facção criminosa. Os corpos foram encontrados no porta-malas de um carro.
O episódio gerou revolta e indignação na sociedade e levantou discussões sobre racismo estrutural e ação truculenta de seguranças em estabelecimentos comerciais. A conclusão do acordo é um importante passo para a reparação dos danos causados e para a implementação de políticas de combate ao racismo por parte do Atakarejo.
A DPU, juntamente com outras instituições, continuará acompanhando o caso e trabalhando para garantir a justiça e a proteção dos direitos das vítimas. A sociedade espera que episódios como esse não se repitam e que medidas efetivas sejam tomadas para garantir a segurança e a igualdade de todos.