Projeção da inflação oficial para 2023 melhora após surpresa positiva em setembro, aponta Boletim Focus

A projeção para o IPCA deste ano teve uma melhora no Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 16, após a surpresa positiva na inflação de setembro. De acordo com o relatório, a expectativa para a inflação oficial em 2023 passou de 4,86% para 4,75%. Um mês antes, a mediana era de 4,86%. Já para 2024, que é o foco da política monetária, a projeção se manteve em 3,88%, enquanto há um mês era de 3,86%.

Levando em consideração apenas as estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2023 teve uma variação de 4,82% para 4,69%. No caso de 2024, a projeção de alta passou de 3,86% para 3,85%, considerando 72 atualizações no período.

O Boletim Focus também mostrou que a projeção para 2025, que agora tem um peso menor nas decisões do Copom, continuou em 3,50% pela 12ª semana consecutiva. Isso evidencia a reancoragem parcial destacada pelo Banco Central após a manutenção da meta de inflação em 3,0% para os próximos anos. Já para o horizonte mais longo, de 2026, a estimativa se manteve em 3,50% pela 15ª semana seguida.

Apesar dessas melhorias nas expectativas, as estimativas do Boletim Focus continuam acima do centro das metas para a inflação. Para 2023, a mediana agora está exatamente no teto da meta, que é de 4,75%. Nas projeções para os outros anos, as expectativas estão dentro do intervalo, mas também superam o alvo central de 3,0%.

No Comitê de Política Monetária (Copom) de setembro, o Banco Central divulgou suas próprias projeções para a inflação. Para 2024, a previsão se manteve em 3,5%, mesma projeção da reunião anterior. Já para 2025, houve um aumento para 3,1% no modelo. E para 2023, a projeção é de 5,0%.

O Boletim Focus também trouxe expectativas para a inflação nos próximos meses. Para outubro, os economistas reduziram a previsão de inflação de 0,38% para 0,35%. Já as estimativas para novembro e dezembro se mantiveram em 0,32% e 0,52%, respectivamente.

Em relação à inflação suavizada para os próximos 12 meses, os economistas do mercado financeiro mantiveram a expectativa em 4,00%, de acordo com o Boletim Focus desta semana.

No mês de junho, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou ao Conselho Monetário Nacional (CMN) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá editar um decreto estabelecendo uma meta contínua de inflação a partir de 2025, substituindo a atual meta-calendário. No entanto, não há previsão para a publicação desse ato do Executivo.

O secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, informou que a Secretaria de Política Econômica (SPE) já concluiu a pesquisa sobre experiências internacionais, mas que ainda não houve apresentação para o restante da equipe econômica nem para o presidente Lula. O diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, destacou que uma maior autonomia requer maior prestação de contas, mas que isso não antecipa nenhuma mudança na política monetária em função da introdução da meta contínua.

O secretário-executivo do Ministério do Planejamento e Orçamento, Gustavo Guimarães, defendeu a continuidade da realização da justificativa sobre o descumprimento da meta apenas uma vez ao ano, mas no caso de o IPCA ultrapassar o teto em qualquer momento durante os 12 meses aferidos.

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