Além disso, o ex-CEO Marcos Guedes, que também ocupava uma posição como membro independente do conselho, renunciou alegando motivos pessoais. Essas renúncias ocorrem em um momento turbulento para a Saraiva, que também presenciou a renúncia do advogado Aaron Bruxel, indicado pela ex-acionista que travava uma batalha com a família fundadora da Saraiva e com o próprio Marcos Guedes.
Em comunicado divulgado nesta sexta-feira, a empresa informou que Marta Helena Zeni assumirá como diretora presidente e de Relações com Investidores (DRI), enquanto Gilmar Antonio Pessoa será o novo diretor vice-presidente. Essas mudanças pretendem trazer uma nova perspectiva para a empresa, que está em recuperação judicial desde 2018.
A Saraiva também informou que uma assembleia para votar uma mudança societária no negócio não foi instalada por falta de quórum. Essa operação, se aprovada, alteraria o controle acionário da empresa, que atualmente está nas mãos da família fundadora. A companhia passou por uma conversão de dívidas em participação, o que elevou o número de ações preferenciais além do limite estabelecido na Lei das Sociedades Anônimas.
Enquanto isso, o Sindicato dos Comerciários de São Paulo (SECSP) está acompanhando o processo de pagamento de rescisões aos trabalhadores demitidos pela Saraiva. O sindicato informou que a empresa deixou de pagar um acordo celebrado com 30 ex-funcionários desde junho. O fechamento das lojas da Saraiva marca o fim de uma era, já que a empresa chegou a ter 108 unidades e representar cerca de um terço do comércio de livros no país.
Com todas essas mudanças e renúncias, é esperado que a Saraiva passe por uma grande reestruturação em seu quadro de acionistas e também nos níveis de gestão. Novos desafios estão à frente, mas a empresa busca se adaptar ao novo cenário do mercado editorial e garantir sua sobrevivência em um mundo cada vez mais digitalizado.