Presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, pede lista de políticos espionados por “agência paralela” da Abin ao STF em ofício a Alexandre de Moraes

O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), tomou uma atitude importante nesta quarta-feira, 31, ao enviar um ofício ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes solicitando a lista dos nomes de deputados e senadores que teriam sido alvo de espionagem por uma suposta “agência paralela” dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Pacheco afirmou que, se confirmado, o monitoramento ilegal representa uma afronta às prerrogativas parlamentares, em especial à garantia de livre exercício do mandato e do sigilo de suas fontes. O presidente do Congresso também pediu informações sobre a existência de indícios de monitoramento ilegal, procedimentos adotados pelos investigados, extensão e o conteúdo das informações relacionadas aos parlamentares.

A Polícia Federal destacou que a Abin utilizou a ferramenta FirstMile para monitorar ilegalmente pessoas, sob ordens de Alexandre Ramagem, conforme consta na decisão de Moraes. Vale ressaltar que a Agência Brasileira de Inteligência é comandada pelo delegado Alexandre Ramagem, que também é deputado federal pelo PL-RJ.

Ramagem foi alvo de uma operação da Polícia Federal na última quinta-feira, que teve como objetivo apurar suspeitas de espionagem ilegal na Abin. Vale ressaltar que o delegado da Polícia Federal é um nome próximo ao clã Bolsonaro, tendo dirigido a Agência Brasileira de Inteligência durante boa parte do governo Bolsonaro.

Antes de enviar o ofício ao STF, Rodrigo Pacheco recebeu o deputado Alexandre Ramagem no Senado. Eles tiveram uma breve conversa após uma reunião do Senado com senadores da oposição. Segundo informações de interlocutores, a conversa durou menos de cinco minutos e não foi formal. Ramagem avaliou o encontro como positivo e mencionou que discutiu com Pacheco sobre “atribuições parlamentares”.

Um fato relevante é que a Abin utilizou o programa FirstMile para monitorar a localização de pessoas durante o governo Bolsonaro, conforme reportagem do GLOBO publicada em março do ano passado. Tal denúncia levou a Polícia Federal a abrir um inquérito para investigar o uso da ferramenta, que teria sido empregada para monitorar políticos, jornalistas, advogados e adversários do governo.

Diante dessa série de acontecimentos, é fundamental que sejam esclarecidos os fatos relacionados a possíveis ações ilegais de monitoramento por parte da Abin, bem como as responsabilidades dos envolvidos. A transparência e a investigação rigorosa são essenciais para garantir a integridade das instituições e o respeito às prerrogativas parlamentares.

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