Presidente da Fifa lamenta episódio de racismo no futebol e defende punição automática para times em caso de discriminação.

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, demonstrou profunda preocupação com mais um episódio de racismo no futebol, neste sábado, e adotou uma postura inflexível contra a discriminação nos gramados em todo o mundo. Após o goleiro Mike Maignan, do Milan, ser alvo de ofensas por parte de torcedores da Udinese, em partida do Campeonato Italiano, Infantino propôs que os times cujas torcidas cometam atos discriminatórios sejam automaticamente derrotados.

“Além do procedimento de três etapas (partida interrompida, partida interrompida mais uma vez e partida abandonada), temos que implementar uma desistência automática para o time cujos torcedores cometeram atos de racismo e causaram o abandono da partida, bem como vetos nos estádios pelo mundo e denúncias acusações criminais para os racistas”, declarou Infantino, em comunicado oficial.

O dirigente máximo do futebol mundial fez referência a dois episódios de discriminação que ocorreram neste sábado, um deles em Sheffield, Inglaterra. Contudo, o caso que mais chamou a atenção foi o ataque direcionado ao goleiro do Milan, no estádio Friuli, em Údine, durante a 21ª rodada do Campeonato Italiano. “Eles fizeram sons de macaco e não é a primeira vez que isso acontece comigo”, desabafou Maignan, após a partida.

No primeiro tempo, com o placar em 1 a 0 para o Milan, Maignan teve um tiro de meta a seu favor. Antes da cobrança, o goleiro sinalizou para os companheiros, caminhou até o árbitro e seguiu para a linha lateral. Os jogadores do Milan então conversaram com Maignan, que resolveu tirar as luvas e se retirar para o vestiário. O goleiro também relatou ao árbitro sobre os torcedores imitando macacos no início da partida, o que gerou um anúncio no estádio pedindo o fim das ofensas.

“Fiquei chateado por ter que ir para o vestiário daquele jeito, mas tive o apoio de todos. Conversamos e então tomamos a decisão de voltar a campo e dar a resposta apropriada: para vencer este jogo”, disse Maignan, após a vitória do Milan por 3 a 2. “Eu realmente não queria mais jogar. Mas somos uma família e eu não poderia deixar meus companheiros assim.”

Infantino expressou sua tristeza pelo episódio. “Os acontecimentos que ocorreram em Udine e Sheffield no sábado são totalmente abomináveis e completamente inaceitáveis. Não há lugar para racismo ou qualquer forma de discriminação – tanto no futebol como na sociedade. Os jogadores afetados pelos acontecimentos de sábado têm o meu total apoio”, declarou.

“A Fifa e o futebol mostram total solidariedade às vítimas do racismo e de qualquer forma de discriminação. De uma vez por todas: Não ao racismo! Não a qualquer forma de discriminação!”, reiterou o presidente da Fifa.

Diante dos recentes casos de racismo no futebol, Infantino pediu um engajamento maior de todas as esferas envolvidas no esporte para coibir novas ocorrências. “Precisamos que TODAS as partes interessadas relevantes tomem medidas, começando pela educação nas escolas, para que as gerações futuras entendam que isso não faz parte do futebol ou da sociedade.”

O comprometimento do presidente da Fifa com a eliminação do racismo e da discriminação no futebol foi evidente em seu comunicado, sinalizando a determinação da entidade em garantir um ambiente de jogo livre de preconceitos e injustiças. A postura firme de Infantino pode impulsionar medidas concretas e efetivas para combater um problema que tem afligido o esporte mais popular do mundo.

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