Chiquinho Brazão, apesar de ser filiado ao União Brasil, já não mantinha qualquer tipo de relação com o partido e, inclusive, havia solicitado ao Tribunal Superior Eleitoral autorização para se desfiliar. A decisão de reunir a Comissão Executiva Nacional do partido foi agendada para a próxima terça-feira, dia 26 de março. O estatuto do União Brasil prevê a aplicação da sanção de expulsão com cancelamento da filiação partidária de forma cautelar em situações de extrema gravidade e urgência.
Segundo informações de fontes ligadas à investigação, além do deputado federal Chiquinho Brazão, foram detidos Domingos Brazão, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), e Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio. Chiquinho Brazão estava em seu segundo mandato consecutivo como deputado federal.
A prisão dos suspeitos ocorreu poucos dias após o Supremo Tribunal Federal (STF) homologar o acordo de delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, apontado como executor dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes. Por envolver um político com foro privilegiado, o caso passou a ser conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes.
Tanto Domingos Brazão quanto Chiquinho Brazão se pronunciaram anteriormente sobre o caso. Domingos Brazão afirmou em uma entrevista ao UOL em janeiro deste ano que não conhecia e não se lembrava da vereadora Marielle Franco. Já Chiquinho Brazão divulgou uma nota no dia 20 de março, após a acusação de ser o mandante vazar na imprensa, dizendo estar surpreso com as especulações e que seu convívio com Marielle sempre foi amistoso e cordial.
A reportagem está tentando entrar em contato com as defesas dos acusados presos para obter atualizações sobre a situação de cada um. A editora da Radioagência Nacional, Sumaia Villela, contribuiu para este texto.
