Polícia Federal apreende carro de luxo do bicheiro Anísio

A Polícia Federal cumpre, na manhã desta quinta-feira, cinco mandados de busca e apreensão em cinco endereços diferentes do Rio de Janeiro contra o contraventor Aniz Abraão David, o Anísio. Ele é o presidente de honra da escola de samba Beija-Flor e um dos mais conhecidos binheiros do Estado do Rio. A juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara Criminal do Rio, ordenou a apreensão de cinco veículos do contraventor, quatro deles na Barra da Tijuca e um na residência dele, na Avenida Atlântica 2.172, esquina com a Rua Hilário de Gouveia.

‘CORDIAL’ E DE MULETAS

A decisão é um desdobramento de uma operação cujo processo que corre na Justiça federal é o de número 0512-185-920154025-101. Os agentes da Polícia Federal que cumprem a decisão da juíza disseram que Anísio desceu de seu apartamento de muletas, foi cordial e disse que, se é decisão da Justiça, ele vai entregar todos os carros até esta sexta-feira. Segundo ele, os outros quatro veículos estariam em Nilópolis. Em sua residência, foi encontrado um Mercedes Benz modelo ML 350, APP-0794, diz O Globo.

Os outros veículos a serem aprendidos são Audi A4, placa ALI-0609; o Nissan Frontier cinza, placa LUJ-0203; o Chrysler prata MTT-2640; e um outro Mercedes, placa MTT-0640.

Os agentes da Polícia Federal estavam aguardando a chegada de um reboque, mas resolveram por conta própria conduzir o veículo para a sede da Polícia Federal. Todos os veículos, segundo eles, irão para leilão.

OPERAÇÃO HURRICANE

Anísio foi acusado, durante a Operação Hurricane (furacão, em inglês), de comandar, junto com Capitão Guimarães e Turcão, uma quadrilha que explorava ilegalmente bingos e máquinas caça-níqueis no Rio. Em 2013, ele foi condenado a 47 anos de prisão, em regime fechado, em sentença da juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara Federal do Rio. O processo está em grau de recurso no Tribunal Regional Federal da 2ª Região.

A Hurricane foi deflagrada pela Polícia Federal em 13 de abril de 2007 e provocou no Judiciário um estrago digno da catástrofe natural. Foram presas 25 pessoas, entre elas o ex-vice-presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-RJ), o desembargador José Eduardo Carreira Alvim; o desembargador Ricardo Regueira, também do TRF do Rio; o juiz Ernesto da Luz Pinto Dória, do Tribunal Regional do Trabalho de Campinas (SP); o procurador Regional da República João Sérgio Leal Pereira e o advogado Virgílio de Oliveira Medina, irmão do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Paulo Medina, que também foi acusado de participação no esquema, mas sem ser preso.

PRISÃO CINEMATOGRÁFICA

Em dezembro de 2011, uma megaoperação da Polícia Civil, em parceria com o Ministério Público, contou com cenas de cinema para prender o bicheiro Aniz Abraão David. Na ocasião, para chegar à cobertura de Anísio, em plena Avenida Atlântica, em Copacabana, policiais desceram de helicóptero fazendo rapel. O bicheiro, no entanto, não estava em casa. A ação, que tinha como alvo Anísio, Luiz Pacheco Drummond (o Luizinho Drummond) e Hélio Ribeiro de Oliveira (o Helinho da Grande Rio), prendeu 44 pessoas.

CONDENAÇÃO EM 1993

Na tarde de 21 de maio de 1993, Anísio e mais 13 grandes “banqueiros” de jogo do bicho do Rio foram condenados a seis anos de prisão, pena máxima para o crime de formação de quadrilha ou bando armado. Quase cinco anos depois, todos já estavam soltos e a sentença fora modificada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que reduziu a pena para a metade. Por meio de recursos, advogados conseguiram excluir o crime de bando armado.

19/10/2017

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