PMs são presos por envolvimento em latrocínio de casal

Quatro policiais militares estão presos suspeitos de participar do latrocínio (roubo seguido de morte) contra o casal Renato Giffoni Habib e Nélida Cristina de Oliveira Habib, no bairro de Placaford, em Salvador, ocorrido em setembro de 2016. Um homem, que não é policial, também foi preso suspeito de participar do crime. As informações foram divulgadas pelo diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), José Bezerra, durante uma coletiva nesta sexta-feira (14).

Conforme a polícia, Renato, de 58 anos, e Nélida, de 55, foram encontrados amordaçados e com sinais de espancamento. O filho do casal, de 26 anos, conseguiu fugir da casa e sobreviveu.

Dois dos PMs suspeitos estão presos no Centro de Custódia Provisória da Polícia Militar, no Batalhão de Choque, em Lauro de Freitas, região metropolitana de Salvador. Outros dois estão sob custódia da polícia. Um em prisão domiciliar, porque passou por uma cirurgia, e outro está internado no Hospital Aeroporto, em Lauro de Freitas, por problemas respiratórios, diz o G1.

Outro suspeito de envolvimento no crime, identificado como Diogo de Souza Ricardo, não é policial e está preso no Complexo Penitenciário da Mata Escura, na capital baiana. Três dos policiais, além de Diogo, já haviam sido presos em dezembro do ano passado por sequestro e extorsão a outras vítimas e, desde então, não foram soltos. Já o quarto policial só foi preso quando a Polícia Civil avançou nas investigações referente ao crime contra o casal. A polícia não divulgou quando ocorreu a prisão do último PM suspeito.

Conforme o tenente coronel da Corregedoria da Polícia Militar, Reni Pereira dos Santos, que também participou da coletiva de imprensa, os policiais suspeitos do crime contra o casal são: Ronaldo Pedro de Souza (soldado do Subcomando Geral da PM), Henrique Paulo Chaves (Batalhão de Guardas do Complexo da Mata Escura), Marcos Vinícius de Jesus Borges Ciríaco (Rondesp Baía de Todos-os-Santos) e Jonas Oliveira (35° CIPM/Iguatemi).

De acordo com Reni, a Corregedoria da PM está fazendo uma investigação paralela com a Polícia Civil. Ele informou que, com a conclusão do inquérito, um Processo Administrativo Disciplinar será aberto, podendo resultar na demissão dos envolvidos. Conforme José Bezera, diretor do DHPP, o Ministério Público também já apresentou denúncia contra os suspeitos.

Segundo Bezerra, apesar de trabalharem em companhias diferentes os suspeitos se conheciam, mas negam qualquer ligação pessoal. Os policiais também negaram o crime de extorsão, assim como o latrocínio do casal Renato e Nélida.

Investigação

De acordo com José Bezerra, Nélida foi seguida pelos criminosos quando saiu para comprar pão, por volta das 17h20, do dia 25 de setembro de 2016. Na rua Encontro das Árvores, bairro de Placaford, a poucos quilômetros da casa onde morava com o marido e o filho, Nélida foi interceptada pelos suspeitos. Alguns entraram no carro da vítima e seguiram com ela, os outros foram em comboio, e assim, conseguiram acesso ao imóvel da família.

Dentro da casa, toda família foi rendida. Segundo Bezerra, os pais ficaram sob a mira dos suspeitos na parte térrea da casa e o filho no primeiro andar. “Um deles ficou com o rapaz no andar de cima, quando houve um disparo, o homem desceu para ver o que aconteceu e deixou a vítima sozinha, ela aproveitou para fugir do imóvel e pedir socorro. A gente investiga se o primeiro tiro contra Nélida foi acidental, porque foi muito próximo da cabeça dela, o que acabou motivando a execução do marido. Mas ainda estamos aguardando o resultado de alguns laudos”, explicou.

O delegado disse ainda que apesar dos PMs negarem a participação no crime, como eles abordaram a família sem cobrir os rostos, o jovem os reconheceu como autores da ação.

No início das investigações, a polícia detalhou que os celulares das vítimas e uma arma de Renato, registrada, foram levadas pelos criminosos. Contudo, Bezerra disse que como esses objetos ainda não foram encontrados, não há confirmação se eles foram retirados da casa. A Polícia Civil também não detalhou se alguma quantia foi roubada, disse apenas que os criminosos estavam cientes que Renato Giffoni costumava guardar dinheiro em espécie dentro de casa. Como os suspeitos negam o crime, o delegado informou que ainda não sabe quem passou a informação para os criminosos.

Sobre o filho do casal, a vítima sobrevivente, a polícia disse que ele está bem, mas que não poderia passar informações se ele está com alguma medida protetiva, ou se continua morando em Salvador, por questão de segurança.

15/07/2017

Jornal Rede Repórter - Click e confira!




Botão Voltar ao topo