No final do ano passado, a Ucrânia havia aprovado uma lei que permitia aos soldados congelar gratuitamente as suas células reprodutivas antes de irem para a guerra com a Rússia. No entanto, uma disposição dessa lei determinava que os espermatozoides e óvulos congelados dos soldados seriam destruídos em caso de morte. Isso gerou indignação e críticas, levando a uma revisão da legislação.
Nesta semana, 264 deputados aprovaram uma alteração que prevê a conservação gratuita de amostras durante três anos após a morte do militar, após os quais o companheiro do falecido poderá pagar para prolongar o processo. A medida recebeu apoio do Ministério da Saúde e não teve nenhum voto contra no Parlamento.
A questão da utilização do esperma e óvulos de militares falecidos é sensível e tem sido objeto de debate no país. A advogada Olena Babych utilizou as redes sociais para compartilhar a situação de uma de suas clientes, cujo marido congelou o esperma antes de morrer em combate. Isso gerou críticas contra a disposição que determinava a destruição das amostras, levando os deputados a prometerem reformular a lei antes que a mesma entrasse em vigor.
A Ucrânia, que não publica oficialmente as baixas do seu exército, enfrentou grande número de mortos e feridos devido ao conflito com a Rússia. Segundo estimativas dos EUA publicadas pelo New York Times, cerca de 70 mil soldados ucranianos podem ter sido mortos e 120 mil feridos desde o início do conflito.
A aprovação da alteração na lei relativa ao uso de esperma e óvulos de militares falecidos mostra como a questão é complexa e sensível. Agora, com a nova legislação aprovada, o país enfrenta o desafio de implementar essa medida, assegurando que o processo seja justo e respeitoso para com os familiares dos militares falecidos. A discussão sobre esse tema tende a continuar, o que mostra a importância e impacto que essa decisão pode ter na sociedade ucraniana.