Durante seu mandato, Bolsonaro sempre se recusou a revelar se havia tomado a vacina contra a Covid-19. Em resposta a pedidos feitos através da Lei de Acesso à Informação, o governo determinou um sigilo de até cem anos sobre os dados, alegando se tratar de questões relacionadas à vida privada do então presidente.
No mês de janeiro deste ano, um grupo de hackers vazou um cartão de vacinação que supostamente pertencia a Bolsonaro, mostrando um registro de uma dose da vacina contra a Covid-19 aplicada em São Paulo no dia 19 de julho de 2021. Contudo, este cartão já estava sob investigação da Controladoria-Geral da União devido a suspeitas de falsificação.
A apuração da CGU, iniciada durante a gestão do ex-ministro Wagner Rosário, investiga a possibilidade de informações falsas no documento, especialmente porque, na data citada, Bolsonaro estava em Brasília, o que levanta dúvidas sobre a veracidade do registro. De acordo com fontes ligadas à investigação, outras tentativas de inserção de dados também foram identificadas.
A investigação ainda não chegou a uma conclusão sobre se a falsificação foi feita por um hacker ou por um servidor público, visto que a base de dados do cartão de vacinação é de responsabilidade do Ministério da Saúde. Em março, a CGU decidiu que o sigilo do cartão será retirado e seu conteúdo divulgado após o término das investigações, atendendo a uma determinação do presidente Lula para revisar os segredos da gestão anterior. O caso permanece sob análise para esclarecer todos os detalhes e responsabilidades envolvidas.