O que o WhatsApp fez para combater as notícias falsas nas eleições

Com seu compromisso público de privacidade, o WhatsApp não sabe o que é compartilhado pelos usuários do seu aplicativo de mensagens. Devido à codificação das conversas, apenas você e as pessoas com as quais você fala têm acesso ao conteúdo. Por conta disso, a empresa precisou de uma abordagem diferente daquela usada por redes sociais, como Facebook e Twitter. Ao longo dos últimos meses, a americana fez mudanças do seu app para smartphonesAndroid e iPhones.

Uma das principais mudanças para reduzir o número de compartilhamentos de conteúdos foi a restrição do envio de mensagens para toda a lista de contatos. Apesar de o site WABetaInfo relatar um limite de compartilhamento com até 25 pessoas por vez, o WhatsApp informou a EXAME que não revela o limite exato, mas “utiliza uma combinação de machine learning e reports de usuários sobre spam para evitar abusos no app”.

Para identificar mensagens que são propagadas no aplicativo, a empresa colocou um aviso de encaminhamento que não existia antes. É como no e-mail. Se ele veio de outra conversa, será sinalizado como tal. Claro que ainda é possível copiar e colar links e textos para evitar essa sinalização.

Essas medidas também foram adotadas pela companhia na Índia, onde ela teve problemas relacionados com mensagens falsas que levaram a linchamentos.

O combate às notícias falsas não é feito por conta própria. A empresa também se aliou ao Projeto Comprova, que conta com 24 organizações de notícias para a checagem de fatos. O WhatsApp também disse manter contato com iniciativas de alfabetização digital e de produção de conteúdo para educar sobre fake news.

A empresa trabalhou ainda junto a tribunais eleitorais, autoridades e partidos políticos para explicar a natureza do seu negócio–que é diferente do Facebook, apesar de ele ser seu dono–e informar que contas serão banidas caso seja detectado comportamento de propagação de spam.

As medidas que o WhatsApp toma para conter o envio de mensagens mal-intencionadas não podem restringir a liberdade de expressão e comunicação dos usuários. Por isso, a empresa precisa ajustar as funções do seu aplicativo ou incorporar recursos por trás da sua tecnologia, como manter um banco de dados com links potencialmente perigosos para os usuários para poder sinalizá-los quando compartilhados, função já em teste.

05/10/2018

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