A Astronomia e a Astronáutica agitaram as escolas públicas e privadas durante toda a semana. Além das provas da Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA), que serão aplicadas nesta sexta-feira (18), as unidades de ensino têm se empenhado para a 12ª Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG), que acontece simultaneamente à OBA.
Por meio da MOBFOG, estudantes constroem foguetes artesanais que precisam ser lançados e atingir a maior distância possível, de acordo com o nível onde estão classificados. Ao participar da MOBFOG, o aluno trabalha com diversos conceitos de ciências exatas, pois calcula distâncias, diâmetros e induz uma reação química para realizar o lançamento do foguete.
“A MOBFOG é uma experiência riquíssima para o aprendizado em ciência, tecnologia, engenharia e matemática – stem, pois, para produzir e lançar um foguete artesanal, o estudante integra e trabalha conceitos de física, matemática e química, fazendo isso de forma lúdica e saindo da rotina de sala de aula. É um exemplo claro do ensino que mobiliza estudantes para aprender com muito significado e de forma divertida”, avalia o superintendente de Políticas Educacionais da Seduc, Ricardo Lisboa.
Lançamento – Aproveitando do clima favorável, 30 estudantes da Escola Estadual Rodriguez de Melo, da Ponta Grossa, escolheram o Aeroclube de Alagoas, na Santa Lúcia, como palco do lançamento de seus foguetes.
Urandy Carlos, professor de matemática e robótica, explica como os foguetes ajudaram tanto na aquisição de conhecimento quanto na mudança de comportamento dos alunos.
“É uma forma diferente de estudar: na matemática, os cálculos e ângulos, na física, as forças, e, na química, as reações”, explica Urandy. “Queremos incentivar na escola a cultura de participação em campeonatos científicos, na prática, melhorar notas, comportamentos, valorizar o aluno e introduzi-lo em uma área e atividades que se identifiquem. E já conseguimos conquistar muitos alunos. Todos aqui estão também na robótica”, declara o professor, sempre cuidando da segurança dos meninos durante cada lançamento.
Os estudantes concentraram-se numa área de 36m², isolada para o disparo dos foguetes que, dependendo da pressão, saem entre 140 e 160km por hora, num ângulo de 45graus, o melhor para o lançamento que é parabólico, de acordo com o mestre.
Metas definidas – A participação na MOBFOG tem proporcionado novas perspectivas aos jovens participantes. Eles são unânimes ao afirmar o quanto os interesses pelas ciências os ajudam nos rendimentos dentro e fora da escola. “É a minha segunda participação, a primeira no nível 4. Essa prática está me ajudando a entender melhor os assuntos em sala de aula”, explica Daniela dos Santos Alves, aluna da 1ª série do Ensino Médio do Rodriguez. “Inicialmente não tive interesse, mas depois de estudar, ver vários vídeos, resolvi tentar e estou achando muito boa a experiência”, afirma Maicon Michel Lima, do 9º ano.
O outro veterano do grupo, Cleyton Mariano de Lima, também tem sua meta bem definida. “Ano passado estava iniciando e não cheguei às medalhas, mas este ano queremos chegar lá. Tivemos aulas duas vezes por semana, mais orientações dos professores e pesquisas de vídeos na internet”, confidencia.
Nova Direção – A rede pública estadual tem colhido outros bons frutos dos campeonatos científicos. Que o diga os alunos da Escola Estadual Manoel de Araújo Dória, no conjunto Henrique Equelman, que recebem, todas as terças-feiras, nos turnos matutino e vespertino, os alunos do Instituto Federal de Alagoas (IFAL), ganhadores de campeonatos nacionais, Marcos Paulo Silva Oliveira e Leonardo Marinho, este último ex-aluno da instituição e bicampeão da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP).Ambos são orientados pelo professor Carlos Argolo, idealizador da Mostra Alagoana de Foguetes (MOAFOG), este ano na 7ª edição.
“Queremos incentivar a iniciação científica. Não tive a oportunidade de descobrir isto no fundamental e por isto acho importante levar isto a outros estudantes, estimulando a participação em eventos como a OBA, MOBFOG, Olimpíada Canguru de Matemática, OBFEP, e também a MOAFOG. Ano passado um aluno do Fundamental da Escola Araújo Dória foi campeão alagoano”, destaca Marcos Paulo, ouro na MOBFOG ano passado com 252m e campeão da jornada brasileira de foguetes com 239,8m.
“Os primeiros lugares do fundamental e do médio da MOBFOG garantem a participação na estadual”, complementa o professor Urandy.
Ascom – 18/05/2018
-
-
-
-
