Mesmo com safra recorde, emprego no campo diminui

Apesar da safra recorde de grãos do País em 2017, o total de trabalhadores empregados em estabelecimentos com características rurais encolheu, afetando especialmente os pequenos empreendimentos, relacionados à agricultura familiar.

No ano passado, 8,172 milhões de pessoas trabalhavam em estabelecimentos predominantemente rurais, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgados ontem pelo IBGE. Em relação a 2016, na média nacional, foram perdidas 274 mil vagas. No Nordeste, onde há maior proporção de trabalhadores em estabelecimento rural, 386 mil pessoas perderam o emprego em fazendas e granjas da região em apenas um ano.

“Safra recorde é safra de grãos, de grandes empreendimentos, não é safra de pequenas propriedades de agricultura familiar, que estão perdendo lavoura com seca e com falta de financiamento no Nordeste”, lamentou Adriana Beringuy, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE, informa o Terra.

Em todo o Brasil, 1,5 milhão de trabalhadores perderam seus empregos em fazendas, sítios, granjas ou chácaras entre os anos de 2012 e 2017, período coberto pela Pnad Contínua. Dessas vagas perdidas, 1,2 milhão estavam concentradas no Nordeste.

Segundo Adriana, embora haja alguma tendência de migração de trabalhadores do setor agrícola para outros segmentos, como o de serviços, no Nordeste houve forte impacto nos últimos anos da redução no financiamento agrário voltado para a agricultura familiar, além do agravamento da seca da região.

“No Sul, há uma mescla da produção familiar e grande propriedade. No Centro-Oeste estão os grandes produtores voltados para grãos, para as commodities. A agricultura no Nordeste tem forte presença da pequena produção familiar”, explicou a pesquisadora do IBGE.

09/11/2018

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