No entanto, o crédito apresentou tendências diferentes em cada banco durante um trimestre marcado pela inflexão dos índices de inadimplência. A Caixa foi a que apresentou o crescimento mais acelerado, com uma carteira de 11,7%, impulsionada pelos desempenhos do crédito para o agronegócio (+29,9%) e para a habitação (+14,6%). Enquanto no Banco do Brasil, o crescimento foi de 10%, com destaque para a carteira de crédito para o agro. Já nos bancos privados, o maior crescimento foi do Santander, com 7,9%, e o Itaú, maior banco do país, teve um avanço de 5,7%. No entanto, a carteira do Bradesco recuou 0,1% em 12 meses, devido ao banco originando crédito a um ritmo abaixo do normal para conter o crescimento da inadimplência.
Os bancos públicos acreditam que no início do próximo ano conseguirão manter um avanço mais forte nas operações de crédito, graças aos cortes da Selic. Os vice-presidentes de Gestão Financeira e de Relações com Investidores do BB e da Caixa ressaltaram a expectativa de crescimento da carteira de crédito nos próximos trimestres.
Já entre os bancos privados, as sinalizações foram de que, com o pico da inadimplência no passado, é possível retomar as concessões em linhas de crédito mais arriscadas. O Santander e o Bradesco mostraram otimismo em relação ao crescimento esperado em 2024. O presidente do banco Santander afirmou que não buscarão um crescimento mais tímido em relação a 2023, e que o banco espera um 2024 mais positivo. Enquanto o presidente do Bradesco destacou a expectativa de aumentar gradativamente a originação de crédito no quarto trimestre, buscando um patamar normalizado de originação.
Em relação ao Itaú, o presidente do banco enfatizou o objetivo de fidelizar clientes que possuem apenas um produto, como um cartão de crédito, com foco na média e alta renda. Uma tendência comum entre os três bancos privados foi a necessidade de repensar o segmento de baixa renda com uma estrutura de custos mais baixa. Enquanto o novo presidente da Caixa afirmou que a instituição irá focar e levar ao mercado de capitais a baixa renda, que foi a primeira a ser trazida para a bancarização pela Caixa.
