Kamala Harris promete investimento bilionário em ajuda climática a países em desenvolvimento durante a COP28

Durante a COP28, a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, anunciou neste sábado que o país investirá bilhões de dólares extras para auxiliar nações em desenvolvimento a combater e se adaptar às mudanças climáticas. O anúncio foi feito no mesmo dia em que autoridades americanas divulgaram que o governo federal exigirá que produtores de petróleo e gás detectem e reparem vazamentos de metano, em uma medida considerada a mais ousada para reduzir as emissões de combustíveis fósseis.

De acordo com Harris, quase US$ 1 trilhão foi aprovado pelo governo para ser investido em esforços climáticos e energia limpa. Além disso, a vice-presidente também pressionou os líderes mundiais a irem ainda mais longe, declarando que é necessário ter ambição para enfrentar o momento atual, acelerar investimentos e liderar com coragem e convicção.

No entanto, apesar de ter sido saudada a medida sobre o metano, muitos ativistas presentes na cúpula criticaram o governo por não ter ido mais longe para acabar com a queima de combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás. Especificamente, eles apontaram um aumento na produção doméstica de petróleo nos EUA no ano passado e a aprovação de novos poços de perfuração pelo governo como motivos para as críticas.

A promessa de Harris de destinar US$ 3 bilhões para o Fundo Verde para o Clima também foi alvo de questionamentos, já que a disponibilidade de fundos não foi confirmada. No passado, os republicanos bloquearam o financiamento do país para projetos relacionados às alterações climáticas no exterior, e a administração Biden recorreu a fundos discricionários dentro do Departamento de Estado. Além disso, o Congresso está limitado pelo teto de gastos, o que pode se tornar um obstáculo para a concretização das promessas climáticas.

No entanto, um anúncio do Departamento do Tesouro confirmou que o valor destinado ao investimento para ajudar os países está “sujeito à disponibilidade de fundos”. Além disso, a regulamentação do metano, que foi anunciada pela primeira vez na cúpula, não requer a aprovação do Congresso e está programada para entrar em vigor no próximo ano.

O metano é um gás de efeito estufa que acelera o aquecimento global e é responsável por mais de um quarto do aquecimento que o planeta tem sofrido desde a era pré-industrial. A redução das emissões de metano é essencial para cumprir a meta global de limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC, estabelecida no Acordo de Paris. O novo regulamento dos EUA evitaria 58 milhões de toneladas de emissões de metano até 2038, equivalente a todo o dióxido de carbono emitido pelas centrais eléctricas americanas alimentadas a carvão em um único ano. Regan, da Agência de Proteção Ambiental, considerou o regulamento como uma das políticas mais importantes para abrandar as alterações climáticas.

Em resumo, o anúncio de Harris na COP28 mostra um esforço dos EUA em direção a medidas mais ambiciosas para enfrentar as mudanças climáticas, mas também evidencia desafios e questionamentos sobre a efetividade e concretização dessas promessas. O futuro das ações climáticas americanas dependerá da disponibilidade de fundos, da cooperação com o Congresso e da eficiência das políticas anunciadas.

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