JUSTIÇA – Ministra convoca audiência pública para debater autorização de uso da maconha na produção de medicamentos no Brasil

A ministra Regina Helena Costa, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), tomou uma iniciativa inovadora ao convocar uma audiência pública para debater a autorização do uso de partes da planta cannabis sativa na produção de medicamentos no Brasil. A audiência está marcada para o dia 25 de abril, às 10h, e surge como uma resposta do STJ à suspensão de todas as ações individuais e coletivas que tratam dos pedidos de importação de variedades de maconha para serem utilizadas na produção de medicamentos.

O objetivo principal do debate é analisar se as empresas têm permissão para importar e cultivar variedades de cannabis com baixo teor de THC e alto de CBD, substância com baixo potencial psicoativo. Este tema tem gerado controvérsias, principalmente devido às restrições da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que autoriza a importação de produtos com CBD, mas não permite o cultivo da planta para fins comerciais.

Diversas empresas têm questionado a contradição da Anvisa, alegando que isso beneficia os fabricantes estrangeiros em detrimento das empresas nacionais, elevando os custos dos produtos brasileiros. A relatora do caso no STJ ressaltou a complexidade da questão e a necessidade de providências judiciais e administrativas caso haja uma flexibilização nas regras.

Entidades como a Secretaria Antidrogas do Ministério da Justiça, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, o Conselho Federal de Medicina e a Sociedade Brasileira de Estudos da Cannabis Sativa foram notificadas pela ministra para se manifestarem sobre o assunto.

A decisão final sobre a legalidade do cultivo de maconha com baixo THC será tomada após a audiência pública. Os interessados em participar do evento devem enviar um requerimento até o dia 11 de março. Todo esse debate visa entender a viabilidade e a legalidade da produção de medicamentos a partir da cannabis sativa, levando em consideração leis nacionais e convenções internacionais sobre drogas.

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