O estudo, recém-publicado nos Cadernos de Saúde Pública, revelou que a faixa etária acima dos 4 anos foi a mais afetada, com problemas de saúde relacionados a alergias respiratórias e comprometimento das vias aéreas superiores e inferiores. Os pesquisadores explicam que as crianças nessa faixa etária estão mais expostas à poeira devido ao acesso frequente a ambientes externos.
Além disso, o estudo destacou que as crianças do sexo masculino foram as mais impactadas, possivelmente devido às características culturais que incentivam uma maior presença dos meninos em espaços externos e comunitários. Desde o rompimento da barragem em janeiro de 2019, a comunidade de Brumadinho enfrenta consequências devastadoras, com a perda de 272 vidas, incluindo dois bebês de mulheres grávidas.
Recentemente, um acordo de reparação foi estabelecido entre a Vale e diversos órgãos, comprometendo a empresa a destinar R$ 37,68 bilhões em investimentos socioeconômicos, ações de recuperação socioambiental, segurança hídrica, serviços públicos e mobilidade urbana, entre outros. No entanto, as questões de saúde das crianças continuam demandando recursos adicionais, como os Estudos de Risco à Saúde Humana e Risco Ecológico em andamento, que fornecerão informações fundamentais para determinar ações de assistência dentro do Sistema Único de Saúde (SUS).
Os resultados obtidos pelo Projeto Bruminha fornecem subsídios importantes para a implementação de medidas de prevenção e cuidado em relação à saúde das crianças impactadas pela tragédia de Brumadinho, evidenciando a urgência de ações contínuas para garantir o bem-estar dessas comunidades afetadas.