A decisão se deu em meio a suspeitas de irregularidades relacionadas a uma decisão da juíza em 2019, que autorizou o repasse de aproximadamente R$ 2 bilhões de acordos de delação para um fundo gerido pela força-tarefa da Lava Jato. No entanto, o conselho entendeu que não houve fundamentação suficiente para manter o afastamento de Gabriela Hardt.
Durante o julgamento, o corregedor nacional de Justiça reafirmou seu voto a favor do afastamento da juíza. Salomão argumentou que o processo envolvendo a destinação dos recursos desviados da estatal ocorreu de maneira ilegal e sigilosa, sem a participação adequada de representantes do governo brasileiro.
Por outro lado, o presidente do CNJ, ministro Luís Roberto Barroso, discordou da decisão do corregedor e votou contra o afastamento de Gabriela. Barroso ressaltou que a legislação prevê que um magistrado só pode ser afastado por decisão colegiada e por maioria absoluta, o que não foi o caso nesta situação.
O advogado de defesa de Gabriela Hardt, Nefi Cordeiro, afirmou durante o julgamento que a juíza não teve participação na criação da fundação da Lava Jato e questionou o motivo do afastamento, considerando que a magistrada não estava mais atuando na 13ª Vara da Lava Jato.
Em meio a todas essas discussões, a decisão do CNJ de derrubar o afastamento de Gabriela Hardt trouxe alívio para a magistrada, que agora poderá retomar suas atividades na 23ª Vara Federal em Curitiba. A polêmica envolvendo a destinação dos recursos desviados da Petrobras continua gerando debates e questionamentos sobre os procedimentos adotados no caso.