Juíza Joyce Araújo ministra palestra sobre bullying para jovens de escola estadual

O que é o bullying, quais as consequências para quem o pratica, o que pode acontecer com quem é vítima? Estas e outras perguntas foram respondidas na manhã desta terça-feira (25) pela juíza Joyce Araújo dos Santos, que ministrou palestra sobre o tema na Escola Estadual Professor Eduardo da Mota Trigueiros. O evento foi promovido pelo Programa Cidadania e Justiça na Escola (PCJE), um dos eixos de atuação da Escola Superior da Magistratura de Alagoas (Esmal).

    Mais de cem jovens com idades entre 13 e 17 anos acompanharam as orientações da magistrada, que atua na Vara da Infância e da Juventude. Joyce orientou que os adolescentes que passam por esse tipo de problema na escola procurem ajuda, seja dos professores, coordenadores ou até mesmo do Conselho Tutelar. Outra possibilidade de apoio indicada pela juíza foi o Disque 100, serviço da Secretaria Especial de Direitos Humanos que recebe denúncias anônimas sobre racismo, homofobia, intolerância religiosa e outros tipos de afrontas contra os indivíduos.

    A juíza acredita que o debate nas escolas e em ambientes extrajudiciais é necessário porque, para ela, a justiça começa antes de chegar ao Poder Judiciário. “Orientando os jovens estudantes prevenimos demandas futuras e também incrementamos a parte social do Judiciário. Tenho esperança de que as minhas palavras desta manhã provoquem uma reflexão e evitem o desrespeito entre as pessoas”, pontuou.

    Yngrid Aime Reis da Silva, de 16 anos, sabe o quanto o bullying pode ser prejudicial para a vida de uma pessoa. Ela, que é de São Paulo, contou que desde que se mudou para Maceió, há sete anos, mudou de escola sete vezes. Todas elas por causa da junção entre bullying e racismo. “Mexiam comigo por causa do meu sotaque, da minha cor, do meu cabelo, do meu jeito, dos meus gostos. Tudo era motivo para rirem e até para me baterem. Eu só chorava. Hoje estou tranquila na nova escola e quando mexem comigo finjo que não ouço. Tem funcionado”, relatou a garota, que ficava magoada por não receber apoio dos colegas que testemunhavam as agressões.

    Rosane Toledo, funcionária do suporte pedagógico da escola, acredita que muitos alunos sofrem bullying, mesmo os que nem sabem que o que acontece com eles tem um nome. “A palestra da juíza conscientiza os estudantes de que esse comportamento atrapalha a vida dos colegas, resultando até mesmo em doenças. A fala de uma pessoa de fora da escola, principalmente do Judiciário, reforça o trabalho que já fazemos aqui e sensibiliza os alunos”, avaliou Rosane.

Ascom – 25/07/2017

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