Judiciário demonstra técnica da constelação familiar para envolvidos em processos

Cerca de 240 pessoas assistiram e participaram de demonstrações da técnica de constelação familiar para solução de conflitos judicializados, nesta segunda-feira (20), no Fórum de São Miguel dos Campos. O público foi composto por pessoas envolvidas em processos da área de família ou violência doméstica, além de mulheres em situação de vulnerabilidade.

A ação marca a abertura da Semana da Justiça pela Paz em Casa na cidade. Foi promovida pelo Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec) do Tribunal de Justiça de Alagoas e a juíza Juliana Batistela, titular da 3ª Vara Cível da Comarca. Ela e o juiz Cláudio Lopes, coordenador adjunto do Nupemec, palestraram para os participantes.

“São processos mais conflituosos em que a gente não conseguiu fazer acordo, em relação a guarda de filhos, pensão alimentícia, partilha de bens. A gente tem que conscientizar as famílias de que a paz começa dentro de casa”, disse Juliana Batistela.

A juíza explica que o método é baseado no Direito Sistêmico, que considera a existência de leis sistêmicas que regem as relações familiares, como a lei do pertencimento, da hierarquia e do equilíbrio de troca. Para a magistrada, a constelação familiar evita inclusive o surgimento de novos processos.

“Hoje eu tenho um processo de um homem que violentou uma mulher, mas posteriormente eu posso ter um processo de apuração de ato infracional do filho desse casal. O nosso objetivo é que a Justiça seja efetiva. Que a gente não fique enxugando gelo, dando sentenças para problemas que continuam na realidade”, afirma Batistela.

Cláudio Lopes destaca que o autoconhecimento promovido pela técnica facilita a autocomposição (acordo) entre as partes. “Para a resolução do conflito, mais do que procurar o culpado, devemos nos responsabilizar e ver as consequências. Dia de visita e valor de pensão é periférico diante da essência do conflito. Muitas vezes a pessoa está mais preocupada em devolver a última ofensa que recebeu, do que resolver o próprio conflito”.

A psicóloga Janine Ferro conduziu as demonstrações, ao lado da magistrada. “A gente pôde olhar para o que traz essas pessoas ao Judiciário, olhando o conflito além do conflito. Muitas vezes o fundo vem de muito longe. O motivo dessa violência já iniciou há muito tempo. A constelação pode olha para isso de uma forma muito clara e precisa”.

Participaram ainda da ação a advogada Flávia Padilha, coordenadora da Comissão de Direito Sistêmico da OAB/AL, e a secretária municipal de Assistência Social de São Miguel, Decite Cavalcanti.

Além da Secretaria de Assistência, a Secretaria da Mulher contribuiu para o evento, tendo indicado as mulheres em situação de vulnerabilidade. Representantes de outras secretarias municipais também acompanharam a atividade.

Visão Sistêmica

O Poder Judiciário de Alagoas implanta, na próxima sexta-feira (24), o projeto “Visão Sistêmica – Eu vejo você”, que busca munir as partes de processos de família de uma visão mais ampla sobre o conflito que elas estão vivendo.

A partir das 8h, no Centro Judicial de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) do Fórum da Capital, ocorrerão palestras do juiz Cláudio Lopes e da psicóloga Luciana Rocha, voltadas para os envolvidos em cerca de 80 processos de assuntos como divórcio, guarda e pensão alimentícia, da 27ª Vara Cível da Capital.

Ascom – 20/08/2018

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