Israel enfrenta crise de identidade e unificação após ataque liderado pelo Hamas, provocando mudanças políticas e sociais significativas.

O ataque de 7 de outubro a Israel provocou uma intensa busca por respostas e reflexões na sociedade israelense. A situação minou a fé em um futuro compartilhado com os palestinos entre a esquerda israelense, enquanto criou uma crise de confiança na direita israelense, minando o apoio ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. O ataque também atraiu judeus ultraortodoxos para mais perto da corrente dominante.

Os combates em Gaza deixaram um rastro de morte e destruição, com o número de mortos palestinos na Faixa de Gaza chegando a 20 mil, de acordo com o Ministério da Saúde. Nos EUA, o presidente Joe Biden pressionou Netanyahu pela proteção de civis em Gaza.

A busca por respostas e reflexões se estendeu por todas as divisões religiosas e políticas em Israel, com os israelenses lidando com as implicações do ataque liderado pelo Hamas. A invasão de 7 de outubro e suas repercussões devem reformular o país, assim como as falhas de Israel na guerra árabe-israelense de 1973 remodelaram sua vida política e cultural.

O ataque abalou a sensação de segurança dos israelenses e a confiança nos líderes do país, além de esmagar a ideia de que o bloqueio da Faixa de Gaza e a ocupação da Cisjordânia não teriam consequências significativas para os israelenses. Para a maioria judaica de Israel, quebrou a promessa central do país.

A sociedade israelense encontrou uma causa comum em meio à crise, unificando-se em um nível que parecia inconcebível antes do ataque. Até mesmo a comunidade ultraortodoxa, que muitas vezes se mostrava ambivalente em relação ao Estado israelense, demonstrou sinais de maior envolvimento nas forças armadas.

As mudanças em Israel se refletem também na diminuição do apoio ao primeiro-ministro Netanyahu, com um terço dos eleitores do partido de direita Likud o abandonando desde o ataque. Além disso, a atitude em relação ao serviço militar entre a comunidade ultraortodoxa também começou a mudar, com cerca de 30% apoiando a ideia, de acordo com pesquisas.

Para a minoria árabe de Israel, o ataque gerou emoções conflitantes. Enquanto muitos se identificam como palestinos e demonstram solidariedade com os mortos em Gaza, cerca de 70% agora se sentem parte do Estado de Israel, de acordo com pesquisas.

A situação também expôs a frustração da direita com Netanyahu, que presidiu a ampliação de divisões profundas na sociedade israelense e de um discurso público tóxico. Independentemente do destino pessoal de Netanyahu, sua abordagem em relação aos palestinos continua popular entre os israelenses judeus.

Dessa forma, o ataque de 7 de outubro continua a remodelar a vida política e cultural em Israel, gerando mudanças profundas na sociedade e na percepção do país em relação à região. A incerteza paira sobre o futuro de Israel, enquanto a busca por respostas e reflexões continua a moldar o debate público e o panorama político no país.

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