Um advogado do partido Vente Venezuela, ao qual María Corina é afiliada, afirmou que os funcionários sempre agiram de forma correta. A esposa de Roberto Abdul, membro da comissão que planejou as primárias em que María Corina foi eleita candidata da oposição para 2024, confirmou a prisão dele, de acordo com informações divulgadas por Alfredo Romero, chefe da organização não governamental Foro Penal, nas redes sociais.
A Foro Penal, que defende regularmente os presos políticos, também está envolvida no caso, representando os indivíduos acusados de traição e outros crimes.
Além de Abdul, há mandados de prisão contra Henry Alviarez, Claudia Macero e Pedro Urruchurtu por crimes como traição, conspiração e lavagem de dinheiro, segundo declarações do procurador-geral Tarek Saab na televisão estatal venezuelana.
De acordo com Saab, os quatro indivíduos participaram de “ações desestabilizadoras e conspiratórias” contra uma recente votação de plebiscito sobre uma disputa territorial com a Guiana. No plebiscito, apoiado pelo governo do presidente Nicolás Maduro, os eleitores rejeitaram a jurisdição de um tribunal internacional sobre a disputa de longa data e apoiaram a criação de um novo estado venezuelano na região de Essequibo. A consulta popular é rejeitada pela Guiana, que questionou a legitimidade da votação.
Saab também alegou que as quatro pessoas e seus aliados no exterior utilizaram “financiamento de lavagem de dinheiro por organizações internacionais e empresas estrangeiras como a Exxon Mobil” para suas atividades. A Exxon, que opera seu maior projeto petrolífero estrangeiro no mar da Guiana, não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as alegações de Saab.
A situação política na Venezuela continua a gerar controvérsias e divisões, com acusações de repressão à oposição e violações dos direitos humanos. O governo de Nicolás Maduro tem enfrentado críticas da comunidade internacional, enquanto a oposição luta para se fazer ouvir em meio à repressão e à perseguição. A prisão dos membros da campanha de María Corina Machado representa mais um capítulo nesse conflito político que assola o país. A comunidade internacional aguarda com atenção para ver como essa situação se desdobrará e quais serão as próximas medidas tomadas.
Ações como essas destacam a fragilidade da democracia na Venezuela e a urgência de encontrar soluções pacíficas para a crise política que assola o país. A liberdade de expressão e a participação política justa e equitativa são fundamentais para garantir a estabilidade e o progresso da Venezuela, e a comunidade internacional deve continuar a pressionar por reformas que promovam esses valores. A situação dos presos políticos na Venezuela também é motivo de preocupação, e é importante que sejam respeitados os direitos humanos e o devido processo legal em todos os casos que envolvem prisões por motivos políticos.
