Israel decidiu suspender a emissão de vistos para funcionários da Organização das Nações Unidas (ONU) trabalharem no país, em resposta às críticas feitas pelo secretário-geral da entidade, António Guterres, à ação israelense na Faixa de Gaza. A informação foi divulgada pelo embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, durante uma entrevista para uma rádio do Exército Israelense.
“Perante as suas declarações sobre Israel e os palestinos, recusamo-nos a fornecer vistos aos representantes da ONU. Já recusamos um visto ao secretário-geral adjunto para os Assuntos Humanitários, Martin Griffiths”, declarou o embaixador. O desentendimento entre Israel e Guterres ocorreu após uma fala feita pelo secretário-geral da ONU na sessão do Conselho de Segurança, na qual expressou que “as queixas do povo palestino não podem justificar os ataques horrendos do Hamas. E esses ataques horrendos não podem justificar o castigo coletivo do povo palestino.”
Guterres também ressaltou que há graves violações do direito humanitário internacional em Gaza, e que os ataques do Hamas não ocorreram em um vazio. Israel interpretou essas afirmações como uma tentativa de justificar os atos do grupo palestino no dia 7 de outubro, quando ocorreu uma invasão que deixou mais de mil mortos e mais de 200 reféns.
O chanceler de Israel, Eli Cohen, chegou a cancelar um encontro que teria com Guterres, e o embaixador de Israel na ONU chegou a pedir a demissão do secretário-geral. No entanto, Guterres negou ter justificado os ataques do Hamas, afirmando que “estou chocado com as deturpações feitas por alguns sobre minha declaração como se eu estivesse justificando os atos de terror do Hamas. Isso é falso. Foi o contrário.”
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil manifestou apoio ao secretário-geral da ONU, destacando que seu trabalho tem sido incansável tanto no aspecto humanitário do conflito como na promoção do diálogo entre os membros durante a crise atual.
É importante destacar que as informações acima são baseadas em declarações e relatos divulgados pelos envolvidos, mas não foi citada a fonte original da notícia.
