Insultos de presidente argentino a líder da Colômbia provoca crise diplomática e acusações de comunismo e terrorismo.

Nesta quarta-feira, o presidente argentino Javier Milei fez comentários polêmicos sobre o chefe do executivo colombiano, Gustavo Petro, recordando o passado guerrilheiro do líder sul-americano. Petro, o primeiro presidente de esquerda da história da Colômbia, não pegou em armas e deixou a guerrilha do M-19 mais de três décadas atrás, quando ingressou na política. No entanto, sua trajetória foi marcada pelos anos em que esteve envolvido com o movimento armado.

O relacionamento conturbado entre Milei e Petro culminou em um embate verbal, no qual o presidente argentino chegou a chamar o presidente colombiano de “comunista assassino”, gerando uma crise diplomática entre os dois países. Além disso, após a implementação de uma controversa legislação relacionada ao transporte público na Argentina por Milei, Petro afirmou que estudantes colombianos seriam expulsos do país vizinho.

Conhecido como um ex-guerrilheiro capaz de despertar receio nas elites sociais e empresariais, Petro adotou uma estratégia para minimizar sua imagem de lutador social e adotar uma postura mais presidencial, o que o ajudou a vencer o candidato de direita Rodolfo Hernández.

A entrada de Petro na militância ocorreu quando ainda era um jovem estudante de economia na Universidade Externado da Colômbia. Atraído pelas mudanças revolucionárias que ocorriam na América Latina, ele se juntou ao M-19, uma guerrilha urbana e intelectual. Durante sua passagem pelo grupo armado, Petro participou de diversas ações, sendo preso e torturado por militares no período em que esteve detido.

Após a desmobilização do M-19 em 1990, Petro ingressou na vida política, sendo eleito deputado em 1991. Posteriormente, teve que se exilar na Bélgica devido às ameaças contra a vida de ex-guerrilheiros que ingressaram na política na Colômbia. De volta ao país em 1998, Petro se tornou um dos parlamentares de oposição mais admirados e posteriormente foi eleito prefeito de Bogotá, onde implementou políticas públicas importantes, como a redução dos índices de homicídios e a garantia de água para famílias carentes.

Apesar de seu passado como guerrilheiro ter sido um obstáculo em sua trajetória política, Petro conseguiu se manter e conquistar o cargo de presidente da Colômbia. No entanto, essa questão ainda é motivo de críticas tanto de políticos locais quanto de outros líderes internacionais.

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