De acordo com o delegado Regional de Novo Lino, Cícero Lima, em abril deste ano, o 112° Distrito Policial (112º DP) de Jacuípe concluiu as investigações de um caso que chocou os moradores do município, em que um jovem, de 23 anos, foi preso pelos crimes de estupro de vulnerável de sua cunhada, de 11 anos, e tentativa de estupro de sua sogra, de 44 anos.
Além desses delitos, no inquérito policial, o jovem foi apontado por crimes de estupro e tentativa de estupro, todos hediondos, e previstos na Lei Maria da Penha.
Segundo as investigações e depoimentos das vítimas e testemunhas, o acusado convivia maritalmente com outra menor, de 15 anos, filha e irmã das vítimas, com quem tem um filho de aproximadamente dois anos.
Conforme as investigações, aproveitando-se de conviver com a família, ele começou a assediar a cunhada, desde os nove anos de idade, através de ameaças e gravações de vídeos íntimos dela para ter relações sexuais com a menina.
“Não satisfeito, ainda obrigou a menor a fazer vídeos íntimos da mãe e, com este conteúdo, tentou ameaçar e estuprar a própria sogra. A sogra, de 44 anos, conseguiu entrar em luta corporal, fugiu e denunciou dias depois o genro agressor”, disse o delegado.
Segundo ele, o acolhimento às vítimas, a rapidez na coleta dos depoimentos e testemunhas e a celeridade das investigações permitiram que logo fosse realizada a representação criminal para a prisão temporária e busca e apreensão de objetos expedidas pelo juiz da Porto Calvo.
A Polícia Civil realizou a prisão e também apreendeu um aparelho telefônico com o autor do crime. Diante da negativa dos delitos, o delegado encaminhou o espelho celular do preso para perícia no Instituto de Criminalista de Alagoas.
Recentemente, a delegacia de Jacuípe recebeu o resultado do laudo pericial e este comprovou que foi encontrado, no aparelho celular do acusado, um áudio de 35 minutos em que o criminoso, em uma conversa com sua ex-companheira, confessa que teve acesso a um vídeo que a cunhada teria gravado e, com este, chantageou a sogra para conseguir relações íntimas, entre outras coisas. O laudo pericial já foi encaminhado para Justiça.
Atualmente, o acusado se encontra no sistema prisional alagoano e foi condenado a mais de 19 anos de prisão. Ele apelou da sentença.
Segundo o delegado, “apesar dos avanços nos instrumentos de proteção e de combate aos de violência doméstica e familiar contra a mulher, precisamos lembrar que é uma luta não só da segurança pública, mas de toda sociedade no seu papel de denunciar”.
Também frisou a importância da contribuição da perícia técnica na comprovação da prova material na investigação criminal, como nesse caso.
