Segundo nota divulgada pelo grupo, a ação foi realizada “no estrito cumprimento das leis e das decisões judiciais” e aguarda agora a análise técnica dos órgãos competentes. O teor do ofício enviado ao Iphan não foi revelado pela empresa.
Antes de pedir esclarecimentos ao Iphan, o instituto enviou técnicos para vistoriar o local, um dia após as obras do GSS. A Secretaria de Cultura do Estado e o próprio Teatro Oficina também foram solicitados a apresentar documentação sobre o local.
A briga entre a companhia teatral e o grupo empresarial já dura mais de 40 anos em relação ao uso da área vizinha ao teatro. O GSS tem planos de construir torres residenciais no local, enquanto a companhia teatral se opõe, alegando que isso desfiguraria a arena de espetáculos.
Além disso, há uma discussão em andamento para a criação de um parque na área onde hoje funciona um estacionamento. O edifício cênico, desenhado por Lina Bo Bardi e Edson Elito, conta com tombamentos em diferentes épocas.
No dia 5 de fevereiro, a polêmica foi reacendida quando homens ligados ao Grupo Silvio Santos realizaram o fechamento de dois arcos cênicos com tijolos e retiraram uma escada metálica que dava acesso à área externa pertencente ao GSS. O advogado do Teatro Oficina, Juca Novaes, afirmou que a alteração nos arcos deveria ter sido aprovada pelos órgãos de tombamento, o que não teria ocorrido.
Após o incidente, o Iphan emitiu uma nota afirmando que, em 2010, foram estabelecidas medidas para a preservação do imóvel, exigindo a aprovação da Superintendência do Iphan em São Paulo para qualquer obra de intervenção no local ou em seu entorno.
A controvérsia entre o Grupo Silvio Santos e o Teatro Oficina segue em andamento, com embates judiciais e disputas sobre o uso e preservação do espaço cultural. Enquanto isso, a comunidade artística e os órgãos competentes aguardam novos desdobramentos dessa disputa.