Governo britânico planeja proibir Estados estrangeiros de controlar jornais e revistas no Reino Unido, afetando possível aquisição do Telegraph.

O governo do primeiro-ministro Rishi Sunak está planejando tomar medidas para impedir que países estrangeiros controlem ou influenciem jornais e revistas de notícias do Reino Unido. Essa decisão vem em meio a preocupações sobre a possível aquisição do jornal Telegraph pelos Emirados Árabes Unidos, o que gerou turbulência no Parlamento.

O ministro da Cultura, Stephen Parkinson, anunciou em um discurso na Câmara dos Lordes que o governo planeja reforçar a legislação de concorrência que está em tramitação no Parlamento. Ele afirmou que a proposta passará por votações na Câmara dos Deputados e na Câmara dos Comuns antes de se tornar lei no Reino Unido. Parkinson deixou claro que a intenção é proibir a propriedade, influência ou controle de estados estrangeiros em jornais e revistas de notícias periódicas no país.

A medida é vista como uma forma de evitar que a RedBird IMI, um veículo de investimento apoiado pelo vice-primeiro-ministro dos Emirados Árabes Unidos, adquira o jornal Telegraph e a revista Spectator. Muitos parlamentares expressaram preocupações em relação a essa possível aquisição, com o colega conservador Micheal Forsyth chegando a dizer que “esse pássaro não pode voar”, em referência à RedBird.

Parkinson não pôde comentar diretamente sobre a aquisição do Telegraph, que está sob consideração pelo governo, mas indicou que a mudança de regra proposta tornaria improvável a aprovação de tal negócio. Ele acrescentou que a proibição da propriedade estatal estrangeira não se aplicaria a emissoras ou mídias digitais, sugerindo que a ação governamental está motivada especialmente em relação ao Telegraph.

Além disso, Parkinson explicou que os órgãos reguladores seriam responsáveis por investigar se aquisições envolvem estados estrangeiros adquirindo o controle acionário de empresas de mídia britânicas. Caso isso seja identificado, o secretário da Cultura teria que bloquear ou anular o negócio. O governo está trabalhando para garantir que a proposta não afete negativamente o investimento empresarial na mídia britânica.

A possibilidade de um governo estrangeiro obter controle sobre jornais britânicos renomados como o Telegraph tem causado alvoroço em Westminster. Parlamentares temem que isso possa comprometer a independência e a imparcialidade da imprensa no Reino Unido. A secretária de Cultura, Lucy Frazer, está avaliando relatórios sobre a aquisição da RedBird e deve tomar uma decisão sobre a necessidade de uma investigação mais detalhada em breve.

Essa ação do governo em proibir a influência estrangeira em jornais e revistas de notícias do Reino Unido é uma resposta à iniciativa da deputada conservadora Tina Stowell. Ela propôs uma alteração no projeto de lei para proibir que uma “potência estrangeira” adquira uma organização de mídia ou de notícias “de qualquer forma”. Após o pronunciamento de Parkinson, Stowell retirou sua proposta.

Portanto, o governo britânico está tomando medidas para garantir a proteção da liberdade de imprensa e a independência dos veículos de comunicação no país, evitando interferências externas que possam comprometer a integridade jornalística. O debate sobre aquisições de empresas de mídia por entidades estrangeiras continua em destaque no Parlamento.

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