Garota de programa faz rifas com clientes para comprar ração e reformar abrigos de animais

Se tem uma coisa que aqui no Razões adoramos fazer é: desconstruir paradigmas e levar informações que talvez nunca chegariam até você por outros veículos tradicionais. E essa é uma dessas histórias. Patricia Dias, moradora de São Paulo, luta por uma causa nobre: ela ajuda animais abandonados ou vítimas de maus-tratos. Mas um detalhe tem chamado a atenção, Patricia é garota de programa.

E é a partir de seu trabalho que consegue proporcionar toda a ajuda para os animais, ela é voluntária em duas ONGs e ajuda diversos cuidadores independentes que a procuram, relata o Terra.

Quando eu soube da história, imediatamente fui procurá-la, para entender um pouco de sua paixão pelos animais e como ela lida com essa questão com seus clientes e ONGS que ajuda.
Em conversa pelo Whatsapp, ela me contou que começou a se mobilizar para conseguir alimentos para os bichinhos em 2016, e que desde então tem feito o possível para proporcionar uma vida digna para os animais e para cuidadores independentes que adotam cães e gatos de rua.

“Quinta passada, por exemplo, fiquei sabendo da história de uma senhorinha que cuida de gatos, e o pessoal sabe disso e foi jogando cada vez mais no quintal dela.” Quado ela chegou e levou a ração e os alimentou foi uma loucura, os gatos estavam famintos (ela me mandou o vídeo, mas pediu para não divulgarmos, então respeitaremos o pedido).

O início das doações e mobilização com clientes

Patricia, que disse ter uma relação de bastante confiança com os clientes, percebeu que eles se interessavam muito quando contava que iria levar ração para os bichos, ou algum resgate, e então resolveu fazer uma promoção para os programas de uma hora: se levassem um quilo de ração, ganhavam mais 10 minutos. Se fossem três quilos, mais 15. A partir de 10 quilos, meia hora. E muita gente topou, o que a faz ter a ideia de uma rifa fixa, no início rifou um uísque e uma cesta de chocolate, mas depois pensou que poderia ser mais efetiva, e começou a dar como prêmio um programa seu. “Acaba uma já faço outra [rifa], afinal, os animais comem todos os dias e existem muitos protetores que precisam de ajuda”, contou. E tem dado muito certo.

“Uma coisa que percebi nisso é que muita gente quer ajudar mas não sabe como, ou tem medo de ser enganado, mas como sempre expus os casos e sempre coloquei notas fiscais, mostrando pra onde está indo o dinheiro através delas e de fotos do cães e rações, as pessoas começaram a confiar.” E enfatiza que as rifas tem beneficiado um número ainda maior de animais: “Antes das rifas eu era apenas uma voluntária que participava de eventos, organizava bazar e buscava doações… hoje com as rifas eu mando rações pras duas ONGs, compro medicamentos pra quem precisa e ajudo cuidadores, além disso comecei um projeto pessoal de reformar abrigos.”

Patricia então me mandou diversas fotos de locais que estavam bastante danificados e depois as fotos de como eles ficaram pós reformas, novamente ela pediu para que as fotos não fossem divulgadas, para não a identificarem.

Hipocrisia 

Perguntamos para Patricia como ele acha que as ONGs e pessoas reagiriam se soubessem que ela faz programa, ela disse “olha… sinceramente o ser humano é complicado (por isso amo os animais kkk) mas se eles souberem e por esse motivo não aceitarem mais doações, vou buscar outras pessoas ara ajudar… não vou parar com o trabalho”. 

Ao final da conversa, a parabenizei pela inciativa, e ela, mostrando ainda muita humildade disse “obrigada… mas sinceramente não me acho merecedora de elogios e sim cada um que participa da rifa e também faz alguma doação, eu só vou direcionando as doações e comprando o que vejo que os protetores precisam”.

Fica aqui uma grande lição às pessoas que insistem em julgar os outros pela profissão que eles tem, a Patricia (nome fictício) me ensinou muito mais sobre honestidade, caráter e solidariedade do que muita gente que se diz bonzinho por aí.

Parabéns pela atitude!

15/07/2017

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