Foto mostra jovem pouco antes de desaparecer em condomínio de luxo

Uma imagem obtida pelo G1 na tarde desta quinta-feira (11) mostra a jovem Gabrielly Teixeira Santos, de 20 anos, pouco antes de desaparecer em Bertioga, no litoral de São Paulo, durante o réveillon. A foto foi registrada minutos antes de Gabrielly e o namorado, que era o DJ da festa da virada em um condomínio de luxo, brigarem por conta de uma crise de ciúmes. Após a confusão, a jovem desapareceu e foi encontrada morta, perto do local, seis dias depois. Segundo a polícia, as hipóteses de suicídio e homicídio são investigadas. O namorado não é considerado suspeito.

O corpo de Gabrielly foi encontrado no último sábado (6) com uma corda no pescoço, pendurada, mas não suspensa, no galho de uma árvore em um matagal na Riviera de São Lourenço, ao lado do condomínio de luxo onde o casal passou a virada do ano. A polícia investiga a possibilidade da cena do crime ter sido forjada para simular um suicídio, já que as características encontradas na cena do crime, segundo a polícia, não condizem com uma situação onde a pessoa tira a própria vida.

Na imagem, Gabrielly e o namorado, que é DJ e faz apresentações em várias cidades da Baixada Santista, estão na festa para onde tinham ido passar a noite de réveillon, dentro de um condomínio de luxo. Ela estava comemorando o aniversário de 20 anos no dia 31 de dezembro e, ele, foi contratado para tocar no evento. Para a polícia, o rapaz afirma que ambos brigaram e o motivo teria sido ciúmes.

Segundo apurado, o casal teve uma grande discussão durante a noite, o que chamou a atenção dos frequentadores do local. Amigos do casal afirmam que as brigas entre eles, que completariam um ano de namoro nos próximos dias, eram constantes, e confirmam a versão do DJ de que, na maior parte dos casos, eram provocadas por ciúmes.

Ao delegado Sérgio Nassur, titular da Delegacia Sede da cidade, o rapaz afirmou que, após o desentendimento na festa, os dois saíram juntos de carro, por volta das 3h do dia 1º de janeiro, e se dirigiram a um hotel no mesmo condomínio. Segundo apurado, o rapaz seguiu para o apartamento, e ela ficou no veículo.

Em seguida, a vítima saiu do veículo e seguiu em direção a um beco, onde seria encontrada morta após seis dias. Momentos depois do desaparecimento, o rapaz desceu e perguntou ao recepcionista para onde a garota havia ido. O funcionário indicou, e o jovem foi no mesmo sentido, retornando minutos após a caminhada.

“Imagens de câmeras de monitoramento mostram isso, e a versão é corroborada pelo funcionário do hotel, que nós já ouvimos também. Não é possível ver se eles [a jovem e o DJ] carregam algo nas mãos, ou se ambos se encontram, mas as imagens mostram, ainda, o rapaz voltando para o hotel momentos depois”, afirma.

Para o delegado, o DJ afirmou que esteve no mesmo local, nas proximidades do matagal onde a jovem foi encontrada morta, mas não a viu em qualquer momento. Pelo relato, ele voltou ao hotel, buscou bens pessoais e ficou procurando por ela. “As imagens da Riviera mostram isso também”, afirma o delegado.

O DJ deixou o condomínio às 12h30, pois tinha um compromisso durante a tarde. “Para nós, ele disse que acreditava que a namorada tinha pegado carona com alguém. Em outras brigas, em outras ocasiões, ele afirma que ela já ficou dias sem aparecer, mas que sempre voltava, e por isso não acionou a polícia”.

O rapaz, que negou qualquer participação em eventual crime, entregou ao delegado o celular de Gabrielly e outros bens que ela deixou no carro dele. Ele ainda afirmou que procurou por duas amigas da jovem, uma que mora em São Bernardo do Campo e outra em São Vicente, mas ambas também não sabiam o paradeiro da jovem.

“O namorado da jovem não é considerado suspeito, mas vamos confirmar ainda tudo o que ele nos falou. Aguardamos os resultados dos exames da perícia e do Instituto Médico-Legal, mas os dados serão complementares. Ainda vamos ouvir o depoimento de outras testemunhas nos próximos dias”, afirmou Nassur.

O caso

Gabrielly ficou desaparecida por seis dias, mas o namorado, conhecidos e familiares não acionaram as autoridades. O corpo dela foi encontrado por turistas que caminhavam pela Alameda do Remo, na Riviera de São Lourenço, durante a noite de sábado, após sentirem forte odor proveniente do local.

A princípio, o caso era tratado como um suicídio, uma vez que a jovem estava com uma corda amarrada ao pescoço e parcialmente pendurada em um galho de árvore em meio a um matagal. Um possível afundamento do crânio foi registrado no boletim de ocorrência, mas o fato ainda não foi confirmado pelo IML.

“O nó da corda estava embaixo do queixo dela, mas, geralmente, teria que ficar atrás, na nuca. Os pés dela também tocavam o chão e ela não estava completamente suspensa. A cena que estava ali não é padrão de suicídio, por isso foi registrado como morte suspeita”, explicou o delegado.

A autoridade policial apurou, ainda, que a jovem não morava com os familiares desde os 15 anos e que passou a viver sozinha recentemente. A mãe dela é falecida e havia lhe deixado uma pensão, de onde tirava o sustento. O caso segue em investigação pela equipe da Delegacia Sede de Bertioga.

11/01/2018

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