FBI foi alertado sobre atirador da Flórida há cinco meses

O FBI foi alertado sobre o comportamento violento do atirador Nikolas Cruz, que matou 17 pessoas em uma escola na Flórida na quarta-feira, informou a imprensa americana.

Segundo o BuzzFeed News, Cruz deixou um comentário em um vídeo postado no YouTube em setembro do ano passado, em que dizia: “Eu serei um atirador de escola profissional”. O dono do canal onde a mensagem foi escrita, Ben Bennight, comunicou a polícia federal americana sobre o comentário.

Bennight também enviou um print da página ao FBI e alertou o próprio YouTube, que apagou o comentário imediatamente. O youtuber afirma que a mensagem foi escrita por um usuário chamado Nikolas Cruz, diz o MSN.

Contudo, segundo Bennight, agentes entraram em contato com ele assim que o alerta sobre o comentário foi feito. No dia seguinte, 25 de setembro, foram até seu escritório e o interrogaram por 20 minutos, também segundo o BuzzFeed americano.

“Eles vieram ao meu escritório na manhã seguinte e perguntaram se eu sabia alguma coisa sobre a pessoa [que escreveu o comentário]”, afirmou ao site. “Eu não sabia nada. Eles pegaram uma cópia do print e foi a última vez que tivemos contato.”

O FBI voltou a procurar Bennight na quarta-feira, após o tiroteio na escola de ensino médio Marjory Stoneman Douglas, na cidade de Parkland. A agência federal americana, contudo, ainda não se pronunciou publicamente sobre o caso ou confirmou a versão do youtuber.

Acusações de homicídio

Cruz enfrenta 17 acusações de homicídio premeditado, segundo a Promotoria do Estado da Flórida. Ele deve comparecer diante de um tribunal ainda nesta quinta-feira.

Nicolas, de 19 anos, era ex-aluno da Marjory Stoneman Douglas e invadiu a escola atirando contra estudantes e professores. A polícia acredita que ele agiu sozinho.

O adolescente estava armado com um fuzil do tipo AR-15 e tinha diversas revistas de munição quando se entregou para policiais em uma área residencial próxima. Ele amava armas e foi expulso da escola por razões disciplinares não especificadas, disseram ex-colegas e a polícia.

‘Perturbação mental’

O presidente Donald Trump atribuiu o tiroteio a uma perturbação mental e à falta de vigilância. “Tantos sinais de que o atirador da Flórida era um perturbado mental, expulso, inclusive, da escola por sua conduta má e errática. Os vizinhos e os colegas de turma sabiam que era um grande problema. É preciso informar esses casos às autoridades sempre, de novo e de novo!”, tuitou o presidente americano nesta quinta-feira.

Trump não mencionou em momento algum o problema das armas de fogo, apesar de Cruz estar armado com uma AR-15 e vários carregadores quando invadiu a escola. O presidente ainda não havia falado publicamente sobre a tragédia.

Suspeitas

O comportamento de Cruz também já despertava suspeitas de colegas e professores. Segundo os colegas, ele era quieto e não aparentava ter amigos. Um outro aluno que já havia feito um trabalho em grupo com o atirador, afirmou em entrevista à CNN, que ele gostava de contar sobre como havia sido expulso de duas outras escolas e expressava seu interesse em se juntar ao Exército.

Nikolas Cruz vivia com uma família de amigos de sua mãe desde que esta faleceu em novembro em decorrência de uma pneumonia. O pai do rapaz morreu há alguns anos devido a um ataque no coração. A família não tem dado declarações à imprensa.

Investigando o passado e as ações do atirador, a polícia também tem encontrado uma série de outras postagens e comentários na internet com conteúdo “muito, muito perturbador”, segundo o xerife do condado de Broward, Scott Israel.

Em suas redes sociais, Cruz possui diversos conteúdos sobre armas e expressava vontade de atirar em pessoas e policiais. No YouTube, policiais encontraram comentários como “Eu quero atirar em pessoas com minha AR-15 (um rifle civil)” e “Eu vou matar policiais um dia, eles vão atrás de pessoas boas”.

No Instagram, ele postava fotos de diversas armas e dele mesmo portando facas. O perfil foi bloqueado após o tiroteio. Segundo o jornal The New York Post, Cruz afirmava que tiroteio era uma “terapia grupal”. Ele utilizava uma camiseta preta para cobrir parte do rosto na maioria das fotos.

15/02/2018

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