Ex-governador e filho voltam a ser presos

O ex-governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (MDB); o filho dele, o advogado André Puccinelli Júnior e o também advogado João Paulo Calves foram presos pela Polícia Federal (PF) na manhã desta sexta-feira (20), em Campo Grande.

O advogado de André Puccinelli, René Siufi considera a prisão “estranha” porque foi feita às “vésperas da convenção do MDB”, e, na opinião dele, não há nada de novo na investigação que justifique as prisões, diz o G1.

Siufi disse ainda que analisa a documentação sobre a prisão, que, segundo ele, são 132 laudas. Ele estuda quais medidas a defesa irá adotar.

Conforme a PF, os mandados de prisão preventiva foram expedidos pela 3ª Vara Federal de Campo Grande, a pedido do Ministério Público Federal (MPF), com o fundamento na decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em maio de 2018, relativa à 5ª Fase da Operação Lama Asfáltica, a qual havia determinada a mesma medida de outros oito réus do mesmo caso.

Ainda de acordo com a PF, novas provas da PF, Controladoria Geral da União e Receita Federal, tais como movimentações bancárias da empresa Instituto Ícone do Direito relativas ao dinheiro proveniente da JBS e análises de materiais apreendidos no Instituto Ícone na Operação Papiros de Lama e outras apreensões, foram juntadas ao processo que os presos respondem e por isso foram pedidos os mandados.

Segundo informações do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Mato Grosso do Sul, (OAB-MS), Mansour Karmouche, a Ordem acompanha as prisões dos advogados e Puccinelli Júnior abriu mão das prerrogativas da profissão dele e está junto ao pai.

Ainda conforme Mansour Karmouche, a OAB/MS acompanha a situação. “É lamentável, mas a gente não pode intervir nas negociações”, diz.

Esta não é a primeira vez que Puccinelli, o filho e João Calves são presos. Eles já tinham sido alvos da PF no decorrer da operação Lama Asfáltica.

Investigações

Os três presos e mais outras pessoas são investigadas pela PF por suposta relação com esquema de corrupção e lavagem de dinheiro.

Em abril, o juiz Marcel Henry Batista de Arruda, da 1ª Vara de Direitos Difusos Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande, aceitou a denúncia de improbidade administrativa contra o ex-governador e outros quatro, todos investigados na Operação Lama Asfáltica.

Em janeiro deste ano, a 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande aceitou denúncia contra o ex-governador e outros 12 acusados de cometerem crimes de estelionato e contra o patrimônio público. Os mesmos citados já tinham sido denunciados pela acusação de recursos públicos e lavagem de dinheiro.

André Puccinelli e o filho tinham sido presos poucos meses antes da denúncia, em novembro de 2017, durante a 5ª fase da operação Lama Asfáltica, chamada de Papiros de Lama, que apura corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo a empresa de cursos jurídicos do advogado Puccinelli Júnior. Eles foram soltos por determinação judicial.

Em janeiro de 2018, a PF indiciou 25 pessoas por lavagem de dinheiro, entre as quais o ex-governador André Puccinelli, o filho dele e a ex-secretária de Educação, Maria Nilene Badeca da Costa. O indiciamento foi relacionado às investigações da Papiros de Lama.

Na época que a Papiros de Lama foi desencadeada, o ex-governador foi apontado como chefe de um esquema de propina existente há mais de 10 anos em Mato Grosso do Sul. O montante de desvio comprovado, até aquele momento pelas investigações era de R$ 235 milhões, conforme divulgou na época o delegado da Polícia Federal, Cléo Mazzotti.

20/07/2018

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