O programa ocorre durante as férias escolares em todo o país e, em Alagoas, as estudantes Isadora de Sá Pereira, Maria Clara Lino e Brenda Kaline Félix trabalharam em um plano sobre biorrefinarias e a indústria oleoquímica, que faz uso de matérias-primas renováveis. As aulas aconteceram nos laboratórios do Instituto de Química e Biotecnologia da Ufal ao longo de quatro dias.
Isadora, aluna da Escola Estadual de Pariconha, que recentemente passou por uma reforma milionária patrocinada pelo Governo Estadual, destacou o apoio fundamental de seu professor de Física, Saulo Lima, para que ela se familiarizasse com a disciplina, além de agradecer o incentivo para experimentar novas experiências. “É difícil se encantar por algo que não te é apresentado como uma escolha. Por isso é que esse incentivo foi fundamental para que eu pudesse viver uma nova experiência”, afirmou a aluna da 3ª série do Ensino Médio.
Para Maria Clara, aluna da Escola Estadual Professora Maria Antônia de Oliveira, de Matriz de Camaragibe, a participação no programa Futuras Cientistas serviu para ampliar sua visão sobre a ciência e enxergar a química de maneira diferente. Ela também aproveitou para agradecer aos professores da escola pelo apoio e enfatizou o quão interessante foi conhecer pessoas e vislumbrar a possibilidade de cursar Química na universidade.
As aulas foram supervisionadas pela coordenadora do programa, Simoni Plentz Meneghetti, que realçou a importância da iniciativa. “Esses projetos são importantes porque proporcionam a possibilidade dessas meninas conhecerem a universidade e aumentarem seu conhecimento. Estamos colaborando com essa inclusão, que é estratégica, fomentando o pensamento diverso na ciência. Além do mais, isso também nos recicla enquanto profissionais da área”, destacou a professora.
O programa Futuras Cientistas, realiza pelo Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), tem como objetivo estimular o contato de alunas e professoras da rede pública de ensino com as áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, buscando contribuir com a equidade de gênero no mercado profissional. Com o desenvolvimento do pensamento e de atividades científicas transdisciplinares, o programa aspira a reduzir barreiras para o acesso e permanência de meninas e mulheres nos espaços científicos. De acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, 70% das participantes do programa foram aprovadas no vestibular em 10 anos, e dentre essas, 80% escolheram cursos nas áreas de Ciência e Tecnologia. Ou seja, o programa tem tido um impacto positivo na vida das participantes ao longo dos anos.
Em uma questão mais prática, as estudantes tiveram a oportunidade de vivenciar o ambiente universitário e aprender com as atividades práticas que foram propostas, o que com certeza contribuiu de maneira significativa para o desenvolvimento de seus conhecimentos. E, ainda mais importante, proporcionou a essas jovens a oportunidade de sonhar e planejar sua participação no mundo acadêmico e profissional, que ainda é preenchido em grande parte por mão de obra masculina.